O Fundão, que recebeu esta terça-feira, em Bruxelas, o prémio europeu RegioStars, por um projeto que gerou 500 postos de trabalho na área das novas tecnologias, espera agora criar outros 500 postos nos próximos três anos, anunciou o presidente da Câmara.
O prémio europeu RegioStars foi atribuído, em Bruxelas, ao Centro de Negócios do Fundão, que criou 500 postos de trabalho qualificados após uma aposta na atração de tecnológicas para aquele concelho do distrito de Castelo Branco.
Em quatro anos, o Centro de Negócios e Serviços Partilhados (CNSP) do Fundão permitiu atrair 14 empresas das tecnologias de informação, criar mais de 500 postos de trabalho e impulsionou um ecossistema que gerou 68 ‘startups’ e projetos, para além da implementação de programas intensivos de conversão de desempregados em programadores informáticos, que já abrangeu 240 pessoas (50% sem formação superior e uma taxa de empregabilidade de 97%).
Para os próximos três anos, a Câmara tem já contratualizados “mais 500 postos de trabalho altamente qualificados”, para além dos 500 já criados, a partir de empresas que já estão no concelho e de outras que estão “a fechar contratos de atração e investimento” no Fundão, disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Paulo Fernandes.
Ou seja, num espaço de três anos, a autarquia espera duplicar o número de postos de trabalho associados à aposta em atrair empresas de tecnologias de informação, frisou.
Os desafios para o futuro, explanou o autarca, passam por lidar com “algumas dores de crescimento” e criar as condições para que as áreas tradicionais do concelho, como a agricultura e a indústria, se possam inspirar e deixar contaminar pelas novas tecnologias.
“Temos que começar a cruzar as tecnologias de informação, que hoje são transversais à nossa vida, com as atividades e recursos endógenos”, vincou Paulo Fernandes.
Com a atração de tecnológicas e criação de novos postos de trabalho, surge também um desafio na área da reabilitação urbana e construção, notou, considerando que o Fundão tem “necessidades de 200 a 300 fogos para os próximos três anos, o que é bastante” para uma cidade situada no interior do país.
O prémio RegioStar, frisou, vai também ajudar no trabalho de atração de mais talento para o concelho, bem como consolidar o trabalho em mercados internacionais, como é o caso do Brasil, onde “há muito talento que quer vir para Portugal”.
A autarquia decidiu investir 2,4 milhões de euros (com apoio de fundos comunitários) na transformação de um pavilhão multiusos com 15 anos no CNSP, que hoje é a casa “de mais de 400 programadores informáticos”.
Associado ao CNSP, a Câmara do Fundão criou uma Incubadora e Aceleradora, um Fab Lab, um Centro de Formação Avançada, um Centro de Validação e Certificação de Software e apostou também na reabilitação urbana, tendo sido reabilitados cerca de 150 fogos habitacionais desde 2013, estando mais 100 em construção.
Segundo informações disponibilizadas à agência Lusa, houve uma redução superior a 50% do desemprego no concelho e o saldo migratório foi positivo em 2015, “pela primeira vez em muitos anos”.
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