//Fundo soberano da Noruega coloca quatro empresas poluidoras na lista negra

Fundo soberano da Noruega coloca quatro empresas poluidoras na lista negra

O fundo soberano da Noruega, que gere as receitas petrolíferas do país e segue normas éticas definidas pelo parlamento, admite desinvestir em quatro empresas por causa das suas emissões de gases com efeito de estufa.

Em declarações à agência Reuters, Johan H. Andresen, que preside ao conselho de ética do fundo, disse que recomendou a alienação de quatro empresas poluidoras, depois de uma análise aos setores do petróleo, aço e betão. As empresas em causa, cujos nomes não avança, foram “os piores alunos” na comparação com outras empresas do mesmo setor e também de outras áreas de atividade.

Será o banco central da Noruega, que gere o fundo soberano, que deverá anunciar as empresas que serão alvo de desinvestimento, mas apenas depois da venda, para não condicionar o preço dos títulos.

“Para todas elas foi recomendada a exclusão, porque sentimos que é necessário: foram casos que se destacaram”, afirmou o responsável à agência Reuters.

O banco central normalmente segue as recomendações do conselho de ética mas, por vezes, explica a Reuters, concede às empresas um prazo para mudarem as suas práticas, indo ao encontro das preocupações do fundo. Este está proibido de investir em companhias que produzam armas nucleares, minas, tabaco ou em empresas que violem os direitos humanos. As emissões poluentes passaram a ser um critério em 2016.

Outro setor que o conselho de ética do fundo soberano norueguês está a investigar é o tecnológico, nomeadamente para saber se as empresas estão a criar produtos para “vigilância inapropriada”.

“Não estamos à procura de intencionalidade, mas se os produtos das empresas estão a ser usados de forma inapropriada. A Inteligência Artificial pode ser usada para combater o cancro, mas também para outras coisas…Estamos à procura de documentação sobre se as empresas sabem de que forma os seus produtos são utilizados”, disse Johan H. Andresen.

O fundo já desinvestiu em cerca de 65 empresas, por vários motivos e recomendação do conselho de ética. As ações de outras 68 companhias foram diretamente alienadas pelo banco central norueguês por causa da sua dependência do carvão.

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