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Um conjunto de fundos de investimento multimilionários de Wall Street apostaram que as cotações daquelas empresas iriam cair, mas foram contrariados por uma multidão de pequenos investidores, reunidos através das redes sociais, que provocaram a valorização daquelas ações.
O enredo da situação já chegou ao meio cinéfilo, com a Netflix e os estúdios Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) a anunciarem produções sobre o caso GameStop.
Muitos dos pequenos investidores transacionam através de plataformas em linha, como a Robinhood, que, de forma repentina, restringiu as compras de ações da GameStop e de outras empresas, o que desencadeou protestos e críticas da multidão nas redes sociais e do mundo político, casos da senadora democrata Elizabeth Warren e do independente Bernie Sanders.
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Os reguladores financeiros, em especial o bolsista (SEC, na sigla em Inglês), vão ter de enfrentar questões sobre várias práticas de Wall Street, como as vendas a descoberto (‘short-selling’) e se o modelo de negócios das plataformas de transação de negócios é tão amigo dos investidores como dizem que é.
Estas questões complexas acrescem aos esforços que se antecipam dos reguladores, como a SEC, o Gabinete de Proteção Financeira dos Consumidores e outros, para anular as regras do tempo de Donald Trump, mais favoráveis à indústria financeira do que aos consumidores ou pequenos investidores.
Biden nomeou para a presidência da SEC Gary Gensler, que criou uma fama de negociador duro, na liderança da CFTC durante a crise financeira do final da década de 2000. A SEC manifestou uma orientação de desregulação durante a presidência de Jay Clayton, um antigo operador de Wall Street nomeado por Trump.
A saga GameStop provocou manifestações de ultraje de congressistas dos dois partidos, pelo tratamento dado por Wall Street aos “pequenos tipos”.
As críticas acontecem quando os pequenos investidores parecem estar a ganhar. Alguns proeminentes fundos de investimento especulativos (‘hedge funds’) estão curvados a pesadas perdas em resultado da ação concertada de comunidades organizadas em linha.
Peço menos, dois deles fecharam janeiro com perdas superiores a 40%, segundo notícias do The Wall Street Journal e da Bloomberg News.
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Mesmo assim, quando a Robinhood tomou a decisão de impedir investidores de comprar ações da GameStop e outras empresas na semana passada, alguns em Washington reclamaram ação imediata dos reguladores.
Políticos e críticos acusaram a Robinhood de mudar as regras a meio do jogo, para favorecer os ‘hedge funds’.
Tanto a comissão senatorial da Banca, como a comissão dos Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes querem promover audições sobre esta controvérsia.
O congressista Brad Sherman, democrata eleito pela Califórnia, que dirige a subcomissão da Câmara dos Representantes para a proteção dos investidores, empreendedorismo e mercado de capitais, afirmou que vai ser analisado se a Robinhood impediu investidores de comprar ações por ordem de outros investidores com interesses opostos, que também são clientes da Robinhood.
Outra prática a ser considerada é a das “vendas a descoberto”, em que os especuladores apostam na queda da cotação de uma empresa. Os congressistas podem admitir a necessidade de mais regulação, à semelhança do que acontece na Europa e no Reino Unido, avançou Sherman.
“Isto é um casino. O mercado de capitais tem de ser menos um casino e mais um local onde as pessoas (…) podem investir em empresas que estão a liderar a nova economia”, afirmou Sherman, durante uma entrevista por telefone à AP.
Também sob escrutínio de Washington vai estar o modelo de negócios da Robinhood. Em concreto, a prática comum no mercado de títulos de pagamento por fluxos de ordens, em que as empresas de investimento em Wall Street pagam a empresas como a Robinhood para lhes enviarem as ordens dos seus clientes para serem efetuadas.
Acresce que plataformas como a Robinhood dão às firmas de corretagem informação sobre as ações que os seus utilizadores estão a vender ou a comprar, à semelhança do que fazem a Facebook e outros conglomerados tecnológicos, de dar os dados pessoais dos seus utilizadores a anunciantes em linha.
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