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As vendas de bens de grande consumo cresceram 13,6% nas primeiras 12 semanas do ano – período que equivale, grosso modo, ao primeiro trimestre – para 2859 milhões de euros. Os dados são da Nielsen e mostram que os gastos nos supermercados foram superiores aos do período homólogo em 342 milhões de euros, correspondentes a qualquer coisa como quatro milhões de euros a mais por dia do que em 2022. Mas a tendência, em março, foi já de abrandamento.
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De acordo com o estudo Scantrends da Nielsen, que analisa as vendas do retalho alimentar a cada quatro semanas, na quadrissemana de 9 a 12 de 2023, correspondente ao período de 27 de fevereiro a 26 de março, o mercado cresceu apenas 9,8%. É o dobro do crescimento do período homólogo, é certo, mas desde a semana de 25 de abril de 2022 que o crescimento quadrissemanal das vendas, em valor, tem sido sempre a dois dígitos, tendo atingido o seu pico em fevereiro de 2023, nas semanas 5 a 8, com um acréscimo homólogo em valor de 16,8%.
Coincidência ou não, recorde-se que foi a 9 de março último (ou seja, na semana 10) que o ministro da Economia, António Costa Silva, anunciou o lançamento de uma grande operação da ASAE de fiscalização do retalho alimentar, prometendo, então, “ser inflexível” com todas as situações anómalas que fossem detetadas. Já a decisão do governo de avançar com a redução do IVA para um conjunto de bens essenciais foi anunciada a 24 de março, embora o acordo com a produção e os retalhistas que permitiu avançar com a medida só tenha sido assinado três dias depois, quando se soube também quais seriam os produtos a isentar de IVA. O IVA zero entrou em vigor no início desta semana, a 18 de abril, e vai estar em vigor até 31 de outubro.
As marcas da distribuição cresceram 27,6%, mais do dobro da média do mercado, e representam já 44,8% da fatura total nos supermercados.
Voltando aos dados do consumo em Portugal, e com o crescimento dos preços os consumidores reforçaram, em março, as suas compras de marcas da distribuição, as chamadas marcas brancas, que cresceram 22,3% face ao período homólogo, enquanto as de fabricante cresceram, apenas, 1,4%. Também aqui se nota uma desaceleração no crescimento, que estava nos 31,4% em fevereiro, no caso das marcas próprias dos retalhistas, e nos 7,2% no caso dos fabricantes.
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No acumulado do ano, as marcas da distribuição estão a crescer 27,6%, mais do dobro da média do mercado, enquanto as de fabricantes se ficam pelos 4,3%. Mas é na alimentação que o acréscimo de vendas, em valor, das ditas marcas brancas mais se destaca: o aumento homólogo é de 28,6% contra os 16,6% de crescimento total do mercado alimentar e dos 6,3% das marcas de fabricantes. Nos artigos de higiene para o lar, as vendas das marcas dos supermercados aumentaram 28,3%, num mercado que cresceu 7%. As marcas de fabricante estão a cair 4,6% em termos homólogos.
As marcas brancas valem hoje 44,8% do mercado, o que significa que, por cada fatura de 10 euros, 4,5 euros são de produtos das marcas próprias. Há um ano eram 3,9 euros. Ou seja, dos 2859 milhões de euros que os consumidores gastaram no retalho de bens de grande consumo no primeiro trimestre do ano, mais de 1280 milhões foram em produtos das marcas dos super e hipermercados.
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