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O membro do Grupo Informal sobre Literacia Mediática (GILM) Sérgio Gomes da Silva considera, em declarações à Lusa, que o “grande desafio” da inteligência artificial (IA) é como utilizar esta ferramenta “para aumentar as capacidades humanas”.
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O GILM, da qual a Lusa é parceira, está a promover desde 03 de maio, Dia Mundial da Imprensa, até dia 09 a 11.ª edição da operação nacional “7 Dias com os Media”, dedicada este ano ao tema da IA e dos algoritmos.
“Acho que o grande desafio é como utilizar a inteligência artificial para aumentar as capacidades humanas e o potencial é verdadeiramente extraordinário”, afirma Sérgio Gomes da Silva, que também é diretor de serviços de relações internacionais e comunicação da secretaria-geral da Presidência do Conselho Ministros.
“Estas ferramentas têm o potencial de revolucionar a humanidade porque a produção científica com o recurso a estas ferramentas vai ser verdadeiramente extraordinária”, prossegue, adiantando que “uma das características da história é a aceleração constante e com estas ferramentas a aceleração dos próximos anos e décadas será certamente vertiginosa”.
Embora a inteligência artificial tenha vantagens, também é preciso “prevenir” usos manipulatórios e que não correspondam a princípios éticos.
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“Por isso é que não exagera quem prevê que a inteligência artificial terá um impacto na humanidade muito maior do que teve qualquer dos saltos tecnológicos anteriores”, da roda à eletricidade, passando pela computação, entre outros, refere.
Esta iniciativa “tem uma âncora digital que é a página www.7diascomosmedia.gilm.pt que convido todos a visitar”, a qual tem desafios que os visitantes podem tentar desenvolver, simples, “mas que convidam para refletir sobre o tema” da inteligência artificial, salienta.
O sucesso do ‘chatbot’ ChatGPT, da OpenAI, aumentou o debate sobre a IA e o seu papel, isto porque este modelo de IA generativa pode gerar textos que se confundem como feitos por humanos e até imagens falsas, como também gerar informação falsa e plagiar, levantando preocupações éticas e sociais.
O Grupo Informal sobre Literacia Mediática “já há bastantes anos que tem tentado desenvolver a perceção da opinião pública sobre a importância que os meios de comunicação desempenham, que têm na vida das pessoas” e, hoje em dia, “vivemos imersos em conteúdos mediáticos”, sejam notícias, sejam de entretenimento, que influenciam a forma como se olha o mundo, prossegue.
“Nesse sentido, é fundamental desenvolver o sentido crítico, da capacidade de discernimento”, que permita lidar com a abundância de conteúdos e também ser proativo na criação de conteúdos, incorporando uma dimensão ética, diz.
Sobre o impacto destas iniciativas, o membro da GILM afirma não ser imediato.
“O impacto destas iniciativas não se vê no curto prazo, a minha perceção é que funcionam no médio e no longo prazo”, aponta.
Este ano, a propósito do Dia Mundial da Imprensa, “assisti a certas peças e atividades que formalmente não se associaram aos ‘7 Dias com os Media’, mas que parecem ser resultado de uma cultura que foi criada destes 11 anos de iniciativas”.
Destaca ainda a iniciativa que a Direção-Geral de Educação desenvolveu, em parceria com o Público na Escola, que envolveu cerca de 160 alunos e professores de todo o país que marcaram presença no 2.º Encontro Nacional de Jovens Jornalistas, em Mafra.
Nesta iniciativa falaram também de jornalismo e inteligência artificial, entre outros temas.
“Muito provavelmente esta semente vai germinar e dar frutos” no futuro, sublinha.
A operação “7 Dias com os Media” conta com três embaixadores convidados, dois deles portugueses, que têm a missão de apoiar a divulgação da operação e de dar visibilidade a temáticas relacionadas com a literacia mediática, nomeadamente a da inteligência artificial e a dos algoritmos de inteligência artificial.
Entre as questões que servem de reflexão, inspiração e desafio estão o que são algoritmos e como afetam a vida diária ‘online’ e ‘offline’; de que forma influenciam as pesquisas ‘online’, o funcionamento das redes sociais e outras tecnologias; que impacto têm na privacidade e segurança ‘online’, entre outros.
A iniciativa também tem presença nas plataformas Facebook, LinkedIn, Instagram e YouTube.
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