Os resultados de um inquérito a clubes indicam que as consequências da pandemia estão a ser devastadoras para o setor do fitness em Portugal, revelou a Associação dos Ginásios de Portugal (AGAP Portugal Ativo), que pede benefícios fiscais.
O inquérito revela que entre os que responderam, 20 % de cadeias franchisadas e 80% de negócios individuais, as quebras de faturação total ultrapassam os 88 % no segundo trimestre de 2020, quando comparadas com período homólogo em 2019.
Já no que diz respeito à frequência por parte dos utilizadores, a AGAP mostra que as quebras chegam aos 86%, face a igual período do ano passado.
Quanto ao regresso à normalidade financeira, o inquérito mostra que um terço dos inquiridos apenas prevê alcançar a normalidade em termos de faturação no primeiro trimestre de 2021, enquanto 25 % afirma que só em 2022 tal será possível.
Outro número que evidencia o ‘divórcio’ dos portugueses com os ginásios em resultado da pandemia é o aumento no número de cancelamentos e suspensões que, segundo o inquérito, aumentou quase 6% no primeiro semestre de 2020, enquanto as suspensões superaram os 17 %, quando comparadas com igual semestre do ano anterior.
Para fazer face a este período, a AGAP revela ainda que o investimento dos clubes para se adaptarem às normas da DGS contabilizam quase um milhão de euros, e que o reforço de investimento destinado a serviços online já chega aos 179 mil euros.
Alarmada com estes valores, a AGAP alerta que a falência deste setor tem um peso relevante na economia nacional, sublinhando que representa 1100 clubes espalhados por Portugal Continental e ilhas, dos quais cerca de 80% correspondem a micro e pequenas empresas, muitas vezes geridas por vários membros da mesma família, e que se materializam em 17 mil empregos diretos e 50 mil indiretos, numa faturação anual que ascende aos 300 milhões de euros.
O inquérito contabilizou 121 respostas válidas, representando 270 clubes oriundos de todo o continente e ilhas, e conclui que, “como seria de esperar, os resultados são devastadores” e pede medidas de apoio para o setor.
“Urge repensar com seriedade estímulos de índole fiscal, como benefícios fiscais no IRS para utilizadores ou a descida do IVA do exercício físico, entre outros, que possam revitalizar o setor, sob pena de estarem em risco muitos milhares de postos de trabalho e a subsistência de um setor que é vital para a saúde dos portugueses”, diz a associação em comunicado.
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