‘Glam to Glam’ é uma nova plataforma 100% portuguesa fundada este ano, dedicada à venda em segunda mão de produtos de moda e que prevê para 2019 ter um volume de negócio de 50 mil euros.
“Para 2019, com o lançamento de novos serviços, estimamos um volume de negócio de 50 mil euros, com oito mil ‘users’ (utilizadores) ativos”, avançou à Lusa Catarina Nogueira, 32 anos, autora da ideia e do ‘website’ da ‘Glam to Glam’, e que tem mais duas sócias.
A responsável adianta que a previsão de volume de negócios para o ano de arranque – 2018 – é de “cinco mil euros e mil ‘users’ inscritos na plataforma”.
A plataforma ‘online’ entrou atualmente na “fase de comunicação para atração de compradoras”, daí o volume de negócios ainda não ser elevado.
Segundo Catarina Nogueira, os consumidores só usam, em média, “20% do que têm no roupeiro”, e é também a pensar nesse dado que a nova plataforma de venda de acessórios de moda e vestuário em segunda mão pretende “estender o tempo de vida útil de uma peça”, o que “impacta na questão ambiental”, mas também nos “ganhos financeiros dos utilizadores”.
Segundo aquela mentora, “estima-se que, ao comprar em segunda mão em vez de novo, um utilizador possa atingir uma poupança anual de dois mil euros por pessoa”.
Uma das principais preocupações do projeto criado este ano é a sustentabilidade, visto que a indústria da moda é a “segunda mais poluente do mundo” com um “volume de desperdício na ordem de “1.200 milhões de toneladas de gases de efeito de estufa por ano, segundo o relatório da Ellen MacArthur Foundation”, explica Catarina Nogueira.
“A reutilização dos bens de consumo é uma tendência mundialmente crescente dos novos mercados sustentáveis baseados na economia circular, onde a moda em segunda mão é uma forma original e económica de manter um guarda-roupa renovado durante todo o ano, seja com artigos de luxo ou com os artigos mais simples do dia-a-dia”, explica Catarina Nogueira, engenheira informática de formação.
Artigos de marcas de luxo, como Carolina Herrera, Gucci, Michael Kors, Yves Saint Laurent, convivem na plataforma lado a lado com peças de marcas consideradas de baixo custo como Zara, Mango ou H&M, com o objetivo de agradar a todos os “gostos e bolsas”.
“Nesta plataforma de acesso gratuito qualquer pessoa pode comprar e vender roupa com garantia de total confidencialidade, através da simples criação de uma conta no ‘site’ e a colocação das peças que já não usa à venda, as quais passam pela aprovação da equipa da ‘Glam to Glam’ antes de ficarem ‘online’”, descreve a engenheira informática.
Catarina Nogueira acrescenta que, quando é realizada uma compra, a “plataforma assegura todo o processo, desde o pagamento até à entrega dos produtos, evitando assim o contacto direto entre compradora e vendedora”.
A empresa pertence também a Sara Couto, 33 anos, gestora, e que, além da ‘Glam To Glam’, gere outra empresa própria, e a Margarida Matos, engenheira biomédica, igualmente uma das fundadoras.
Nesta fase inicial, “existem mais vendedoras do que compradoras”, porque o foco concentrou-se na “comunicação para atingir um volume interessante de peças à venda”, acrescenta Catarina Nogueira.
As clientes atuais da plataforma residem maioritariamente em Portugal e as idades variam entre os 25 e os 44 anos.
Os artigos “mais pesquisados e vendidos são as peças de calçado e vestidos” de moda feminina e infantil, mas aquela empresa, que arrancou em janeiro transato com sede no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra (incubadora de empresas de referência munida), também considera uma “hipótese” válida estender o foco “à moda masculina”.
A ‘Glam to Glam’ é financiada a 100% por capital próprio, o conceito foi já validado com sucesso no concurso “Bolsa do Empreendedorismo”, da Representação da Comissão Europeia em Portugal, onde foi um dos projetos finalistas, tendo sido também selecionado para o Programa de Aceleração “INEO Start”.
Atualmente, o projeto está a votação no programa “GovTech”, na categoria “Produção e Consumo Sustentáveis”.
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