Partilhareste artigo
O Goldman Sachs afasta a existência de uma bolha nos mercados financeiros e defende que a tendência continua a ser positiva, já que os investidores antecipam uma recuperação económica.
“Há sinais de complacência e otimismo elevado no mercado. No entanto, os fatores fundamentais que impulsionam o mercado e a fase inicial do ciclo económico sugerem que estamos longe de uma bolha ou de uma tendência de queda (bear market)”, refere o banco de investimento numa análise divulgada esta segunda-feira.
Aponta que os mercados anteciparam o que espera “ser uma recuperação muito forte no PIB (Produto Interno Bruto) global após a recessão” provocada pelas medidas adotadas pelos governos no âmbito da epidemia do novo coronavírus. Frisa que muitas das valorizações registadas se devem ao ambiente de baixas taxas de juro.
A análise do Goldman surge numa altura em que crescem os receios da existência de bolhas nos mercados. Entre os índices acionistas que subiram a novos máximos, recentemente, estão o S&P 500 e o Dow Jones, nos EUA, e o DAX, na Alemanha.
Subscrever newsletter
O banco de investimento recomenda que se monitorizem os factores de risco, “pois fornecem sinais bastante confiáveis de que uma bolha pode estar em desenvolvimento”. Mas frisa que atualmente apenas alguns desses fatores de risco se verificam.
“Nas últimas semanas, tem havido preocupações crescentes sobre a formação de uma bolha no mercado de ações e em todos os mercados financeiros em geral”, lembra o banco.
Segundo a análise do Goldman, “embora existam ‘bolsas’ de avaliações excessivas em ações e partes do mercado”, destaca a ausência de endividamento excessivo fora do setor público e frisa que, em conjunto com o estágio inicial do ciclo (económico), são factores que “sugerem que os riscos de uma bolha iminente com os riscos sistémicos para o sistema financeiro e as economias são relativamente baixos”.
Lembra que “muitas bolhas ocorrem no final de um ciclo económico e de investimento, quando os investidores
ficam cada vez mais confiantes” e cita alguns exemplos, como o da bolha tecnológica do final da década de 1990 e a
bolha imobiliária dos EUA.
“No entanto, a forte recuperação inicial dos mercados de ações entre março e setembro do ano passado é típico da fase inicial de ‘esperança’ de um mercado em alta, que geralmente começa durante uma recessão”, salienta na sua nota.
Explica que esta fase é geralmente seguida pelo que chama”de fase de ‘crescimento'”. O Goldman estima que em 2021 as ações globais registem um crescimento de 33% do lucro por ação.
Deixe um comentário