A Google terá feito “contribuições significativas” a alguns dos principais negacionistas das alterações climáticas em Washington, apesar de apoiar publicamente as ações políticas contra a crise.
A denúncia surge num artigo do The Guardian, que explica que, na lista que a empresa publicou existem centenas de beneficiários das “contribuições mais significativas” da equipa de Assuntos do Governo dos EUA e Políticas Públicas da Google, há mais de uma dúzia de organizações que “fizeram campanhas contra a legislação climática, questionaram a necessidade de ação ou procuraram ativamente reverter as proteções ambientais da era Obama”.

A empresa também será patrocinadora do próximo congresso anual da State Policy Network (SPN), uma organização que apoia grupos conservadores, incluindo o Heartland Institute, grupo anticiência radical que repreendeu a jovem ativista Greta Thunberg pela “histeria da ilusão climática”. O SPN criou um site de “compromisso climático” em que afirma que “o ambiente natural está a melhorar” e que “não há crise”.
De acordo com o The Guardian, a Google defendeu as suas contribuições, afirmando que a “colaboração” com organizações como o CEI “não significa que apoia toda a sua agenda”. Fontes próximas da empresa revelaram que as doações servem para “tentar influenciar legisladores conservadores” e, mais do que isso, “ajudar a financiar a agenda de desregulação que os grupos adotam”.
Um porta-voz da Google disse que a empresa patrocinou organizações de diferentes orientações ideológicas que defendem “políticas tecnológicas fortes”. “Dificilmente estamos sozinhos entre as empresas que contribuem para as organizações mesmo discordando sobre as políticas climáticas”.
No seu site, a Google diz que está comprometida em garantir que as políticas da empresa sejam “abertas, transparentes e claras para os utilizadores, acionistas e público”. No entanto, recusou responder às perguntas do The Guardian sobre o valor que doou às organizações.
Deixe um comentário