O Governo já tem uma data para
a intervenção financeira do Estado na TAP. O Executivo aponta meados de junho, para
fazer face às dificuldades financeiras que a companhia atravessa e que foram agravadas pela pandemia do Covd-19. Quem o garantiu
aos deputados, na manhã de quarta-feira, foi o secretário de Estado do Tesouro,
Álvaro Novo, durante a audição sobre a recapitalização do Novo Banco.
O governante disse ainda
que está à espera de mais informação da empresa de aviação sobre as
necessidades financeiras e que a transferência poderá acontecer já no próximo
mês.
“Esperamos que
falando com a União Europeia, porque a isso estamos obrigados como sabem, ter uma
decisão prática de injeção de dinheiro mediantes condições que vão ser estabelecidos
ao longo deste processo negocial em meados de junho”, defendeu Álvaro Novo.
Sobre este tema, o primeiro-ministro António Costa já disse que só haverá apoio à TAP com “mais controlo e uma relação de poderes adequada”, tendo assegurado
que a transportadora aérea continuará a “voar com as cores de
Portugal”.
“O
Estado não meterá – nem sob a forma de forma de garantia, injeção de capital ou
empréstimo – um cêntimo que seja na TAP sem que isso signifique mais controlo e
uma relação de poderes adequada a esse apoio que vier a conceder”,
assegurou.
Novo Banco no olho do furacão
Toda a equipa do
ministério das Finanças está hoje no parlamento, sendo que grande parte da
audição está a centrar-se na questão da mais recente recapitalização do Novo
Banco, e no facto de Mário Centeno não ter comunicado previamente ao primeiro-ministro
António Costa da injeção de mais 850 milhões de euros naquele banco.
O ministro das Finanças apelou, entretanto, ao bom senso dos gestores daquela instituição bancária para que não sejam distribuídos os prémios aos acionistas que estão previstos para o próximo ano. “Apesar da questão que referiu destes prémios só serem em 2021, ainda vamos a tempo de resolver esta situação nos órgãos normais do Novo Banco, e esperemos que haja esse bom senso”, disse.
Mário Centeno que, de novo, foi obrigado − desta vez pelo Bloco de Esquerda − a garantir perante os deputados que não há contradição , nem nenhum conflito dentro do governo sobre a recapitalização do Novo Banco.
Antes Centeno tinha referido que a transferência estava prevista
no Orçamento do Estado e seria impensável não cumprir o que está contratado.
“O
Estado não fez um empréstimo porque gosta”, sublinhou Mário Centeno,
acrescentando que, caso o Governo não agisse, além de uma crise sanitária,
Portugal ficaria também numa situação de crise bancária. “Deste modo, ficamos
com a credibilidade que Portugal conquistou.”
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