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O governo publicou este domingo, no portal de dados abertos da Administração Pública, os ficheiros que remeteu à Comissão Europeia com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
São publicados 57 ficheiros, com várias tabelas, que detalham objetivos, datas e etapas da execução dos fundos. De fora, ficam apenas anexos técnicos “que, ao demonstrar as evidências da razoabilidade e plausibilidade dos custos, contêm informação sujeita a sigilo, não sendo legalmente possível a sua publicação”, segundo nota do governo.
Em comunicado conjunto, os gabinetes do primeiro-ministro e do Ministério do Planeamento dão conta da disponibilização de informação prometida na sequência da notícia avançada pelo semanário Expresso, sexta-feira, segundo a qual o governo havia até aqui publicado apenas uma “versão editada” dos planos enviados a Bruxelas, ficando de fora reformas, detalhes e calendarização, e cuja publicação estaria prevista apenas para após o PRR ter sido aprovado em Conselho Europeu.
No comunicado de hoje, o governo rejeita estar a esconder “reformas negociadas com Bruxelas”. “Todas as reformas que constam da documentação submetida à (Comissão Europeia) encontram-se bem identificadas no PRR, que foi oportunamente divulgado no Portal do Governo”, defende.
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“Também não é verdade que o ‘Governo negoceie em segredo com Bruxelas'”, junta também o comunicado, afirmando que não existem “negociações entre o governo e a (Comissão Europeia) sobre quaisquer investimentos ou reformas qu não constem já do PRR publicado no Portal do Governo”, diz.
Em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, tinha já antecipado que a divulgação do conjunto dos ficheiros do PRR seria feita durante este fim de semana, rejeitando haver qualquer “agenda escondida por detrás daquilo que foi divulgado” até aqui.
Ainda neste domingo, em comunicado, o PSD insistiu para que fosse feita a divulgação da totalidade dos documentos constantes do PRR, com o grupo parlamentar social-democrata a defender que “o Governo esconde, para proveito próprio ou para manobras oportunistas, a verdade sobre as questões essenciais”.
No comunicado de hoje, o governo informa agora que os documentos são disponibilizados, mas avisa que “constituem a versão submetida por Portugal à Comissão Europeia em 22 de abril, pelo que podem ainda sofrer ajustes de conteúdo até à sua aprovação formal”.
O governo defende ainda que “tem procurado conduzir” a elaboração do Plano de Recuperação “de forma amplamente participada e com intenso escrutínio e envolvimento da sociedade civil”, e assegura estar “empenhado em garantir toda a transparência deste processo, tanto na elaboração como na execução do PRR”.
Atualizado com mais informação às 22h13
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