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O governo pretende iniciar, antes de outubro, discussões com os parceiros da Comissão Permanente de Concertação Social com vista à discussão de incentivos para as empresas que mais adotem negociação coletiva.
O calendário está previsto na documentação completa do Plano de Recuperação e Resiliência entregue a 22 de abril à Comissão Europeia, e que foi divulgada neste domingo.
Na componente de qualificações e emprego do Plano de Recuperação e Resiliência, o governo refere a intenção de criar “mecanismos de promoção da negociação coletiva que passem por condições preferenciais de acesso e de majoração no acesso a apoios para empresas abrangidas por convenções coletivas em vigor”.
Quanto a calendário para fazer avançar o objetivo, “prevê-se discussão destes incentivos em sede de concertação social até ao 4.º trimestre de 2021”, segundo pode ler-se no documento.
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O plano não refere quais os apoios adicionais de que poderão gozar as empresas que mais negoceiem com sindicatos, nem tão-pouco um calendário para a implementação da medida.
Na documentação está também o calendário para alterações das leis laborais no âmbito das discussões do chamado Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho, com o qual o governo propõe nova regulamentação sobre o trabalho nas plataformas digitais – e que tem feito saber que será assunto prioritário no que toca a rever as leis laborais no quadro desta discussão com os parceiros.
Nesta, o governo prevê entregar ao parlamento uma proposta para regular o trabalho em plataformas no trimestre final de 2022, de acordo com o cronograma de medidas para a área do emprego e qualificações.
“No âmbito da preparação do Futuro do Trabalho está a ser finalizado o processo do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho que deverá ser submetido em consulta escrita no início de 2021, com desenvolvimento subsequente de instrumentos no decurso da legislatura 2019-2023”, referem ainda os documentos do governo, retomando os objetivos já antes enunciados quanto ao trabalho de profissionais ao serviço de plataformas como Uber ou Glovo: “assegurar uma adequada regulação das novas formas de trabalho no âmbito da economia digital”.
O processo de discussão do Livro Verde deve ficar concluído no segundo trimestre de 2020, segundo o cronograma do governo.
Sobre outros processos em curso no âmbito das relações laborais, o governo descreve ainda a intenção de manter a trajetória de atualização de salário mínimo até 2023 e ainda de ter uma estratégia nacional de combate à pobreza, cuja preparação foi iniciada em 2020. Novamente, sem mais detalhes ou calendário.
De resto, o documento enviado a Bruxelas alerta para a possibilidade de a evolução da pandemia pôr em causa as metas estabelecidas. “O contexto de incerteza associado ao prolongamento da crise pandémica pode obstaculizar o alcance dos objetivos e o cumprimento do calendário estabelecido neste âmbito”.
Alterado às 22h56 com a data prevista para apresentação de proposta legislativa para regular o trabalho em plataformas digitais.
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