
O Governo defende que a TAP, e estando o mercado da aviação “circunstancialmente alterado”, deverá começar a explorar novas rotas, eventualmente mais curtas e, até agora, ainda não exploradas.
No Parlamento, onde esteve esta terça-feira manhã, o ministro da Economia afirmou que essa é uma das hipóteses em cima da mesa para tentar rentabilizar os recursos da empresa. Embora não referindo que rotas podem ser estas, Pedro Siza Vieira adiantou que o assunto está a ser analisado pelo Turismo de Portugal.
“Neste momento, havendo menos atividade e, portanto, havendo frota que está inativa, pode eventualmente ser possível utilizar parte da capacidade da TAP para servir alguns destinos que normalmente a TAP não serviria em função da lógica da sua rede. Nós sabemos que na Europa o ponto a ponto é feito essencialmente por outro tipo de companhias e sabemos que as companhias maiores se vocacionam para o tráfego transatlântico e para as ligações a outros destinos. Neste momento julgo que há uma razão para que a TAP possa fazer outro tipo de rotas e de operações, aproveitando a sua capacidade”, explicou o ministro da Economia.
O Governo anunciou na passada quinta-feira que tinha chegado a acordo com os acionistas privados da TAP, passando a deter 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros.
“De forma a evitar o colapso da empresa, o Governo optou por chegar a acordo por 55 milhões de euros”, referiu o ministro das Finanças, João Leão, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em Lisboa.
O Estado aumenta, assim, a participação na TAP dos atuais 50% para 72,5%.
A Comissão Europeia aprovou a 10 de junho um “auxílio de emergência português” à TAP, um apoio estatal de até 1.200 milhões de euros para responder às “necessidades imediatas de liquidez” com condições predeterminadas para o seu reembolso.
Uma vez que a TAP já estava numa débil situação financeira antes da pandemia de covid-19, a empresa “não é elegível” para receber uma ajuda estatal ao abrigo das regras mais flexíveis de Bruxelas devido ao surto, que são destinadas a “empresas que de outra forma seriam viáveis”.
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