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O ministro das Finanças, Fernando Medina, admitiu esta segunda-feira que existe, em Bruxelas, “uma tensão entre políticas orçamentais e monetárias”. À entrada de uma reunião do Eurogrupo, o governante salientou que “é natural esta tensão, é um clássico em períodos de rápida subida das taxas de juro”.
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Por isso, Fernando Medina revelou que levará à reunião da cimeira dos ministros das Finanças da Zona Euro, “um aspeto muito importante que é a coordenação das políticas para conseguir duas coisas: por um lado, combater a inflação de forma eficaz, sabendo que uma parte importante da inflação se deve à guerra e à energia e, aqui, a eficácia das taxas de juro é bem mais limitada na sua resolução; mas, por ouro lado, assegurar que a subida das taxas não provoque uma recessão nomeadamente nos países centrais da Europa e este é um caminho estreito”.
Depois de o Banco Central Europeu (BCE) já ter subido este ano as taxas diretoras por três vezes, a última em outubro em mais 75 pontos, elevando a taxa para 2%, Fernando Medina lança o alerta para o efeito indesejado que pode provocar nas economias europeias. Daí a necessidade de equilíbrio e coordenação para conseguir travar a inflação mas sem provocar uma recessão.
O titular da pasta das Finanças defende que se a Zona Euro “coordenar estas duas políticas”, é possível “atingir os objetivos de forma mais eficaz, protegendo melhor o emprego, a economia dos Estados-membros e provocando menos dificuldades”.
E lança o avisto: “Se, pelo contrário, houver descoordenação do ponto de vista orçamental, ignorando que estamos com uma inflação elevada, ou, do ponto de vista monetário, ignorando que subidas muito rápidas e continuadas trarão problemas na frente económica que agravarão do um conjunto vasto de problemas sociais e financeiros dos Estados, teremos muito mais dificuldades”. “Por isso, a palavra-chave é coordenar as políticas”, rematou.
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