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O crescimento da economia portuguesa foi revisto de 5,4% para 4% este ano, anunciou esta quinta-feira o ministro das Finanças, devido ao confinamento no primeiro trimestre do ano causado pelo pico da pandemia de Covid-19.
João Leão falava na apresentação do Programa de Estabilidade 2021 – 2025, aprovado em Conselho de Ministros e que será agora discutido no Parlamento.
“O crescimento do PIB será de 4% em 2021 e de 4,9 em 2022, fazendo com que a economia no próximo ano ultrapasse o valor de 2019 no período pré-pandemia”, disse o ministro das Finanças.
No conjunto dos dois anos, a economia portuguesa vai crescer 9%, um “crescimento muito robusto e significativo” assinala João Leão.
O crescimento em 2021 revisto de 5,4% para 4% devido ao efeito da terceira vaga da pandemia que obrigou a confinamento no primeiro trimestre e a uma “paragem importante da atividade económica”.
A taxa de desemprego será de 7,3% no final do ano, adianta João Leão. Em 2022 e nos anos seguintes está prevista uma redução.
João Leão afasta, para já, a necessidade de um Orçamento Retificativo para acomodar os efeitos da pandemia de Covid-19 no primeiro trimestre do ano.
O ministro das Finanças destacou ainda o efeito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no país, que terá um “impacto de 22 mil milhões na atividade económica”.
João Leão promete “estabilidade fiscal” no próximo ano. “Estamos em condições de enfrentar esta crise de uma maneira diferente com que enfrentámos crise anteriores. Sem receio de austeridade, de ter que aumentar impostos para pagar os efeitos da crise”, declarou o governante.
O défice das contas públicas portuguesas ficará nos 4,5% este ano, de acordo com o Programa de Estabilidade hoje aprovado, uma revisão em relação aos 4,3% previstos no Orçamento do Estado para 2021.
“A partir de 2022 o défice atingirá o valor de 3,2%, dando aqui espaço para uma recuperação bastante significativa da atividade económica, e a partir de 2023 voltará [a ficar] abaixo dos 3% e caminhará ao longo do horizonte até ao valor de 1%”, projetou ainda o ministro.
O défice poderá evoluir de forma diferente se a atividade económica recuperar melhor, assinalou o ministro, e em 2023 já cumprirá as regras europeias.
De acordo com o Programa de Estabilidade, a dívida pública portuguesa só voltará a baixar ao nível com que iniciou a crise da pandemia de covid-19 em 2024.
Segundo a apresentação feita pelo ministro João Leão no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, em 2021 a dívida pública deverá ficar nos 128% do Produto Interno Bruto (PIB), baixando para 123% em 2022 e 121% em 2023.
Apenas em 2024 volta aos níveis pré-crise (fechou 2019 nos 117,6% do PIB), já que o Governo projeta que fique nos 117% nesse ano e baixe para 114% em 2025.
[notícia atualizada às 14h51]
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