O Governo decidiu suspender o inquérito aos funcionários públicos que, entre outras questões, perguntava pela motivação dos trabalhadores após o descongelamento de carreiras e subidas salariais promovidos na atual legislatura. Ao mesmo tempo que queria saber os efeitos no moral dos funcionários das medidas adotadas no período da troika, que coincidiu com a legislatura anterior.
O inquérito, iniciado a 18 de julho, deveria correr até ao final de setembro, mas o Ministério das Finanças diz agora que só deverá ser retomado após as eleições, marcadas para 6 de outubro.
Em comunicado, justifica que “a elevada visibilidade do assunto em período pré-eleitoral pode comprometer a fiabilidade dos resultados, inviabilizando todo o inquérito e a comparabilidade com os resultados obtidos em 2015”.
O teor das questões deste inquérito – que teve a primeira edição em 2015 – suscitou várias críticas. Segundo a Agência Lusa, foi considerado “extemporâneo” e “incompreensível” pelas estruturas sindicais da Administração Pública.
A Direção-Geral da Administração e Emprego Público justificou à Lusa as perguntas feitas, argumentando que a construção do inquérito seguiu o modelo adotado noutros países da OCDE.
Na nota enviada esta quinta-feira à imprensa, o Ministério das Finanças diz que o Governo tomou apenas conhecimento” esta semana” do inquérito que, descreve, “é dirigido a todos os trabalhadores em funções públicas e aborda um conjunto de questões relacionadas com a motivação no trabalho, nomeadamente decorrentes da ação governativa”.
*com Lusa
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