Aliás, a partir de abril já há hotéis com taxas de ocupação superiores a 60%, o que já não via há muito tempo, sublinhou Gonçalo Rebelo de Almeida. Britânicos, holandeses, escandinavos, franceses e alemães lideram os mercados de origem.
Apesar de este ano ainda ser quase impossível atingir os resultados de 2019, o administrador do Vila Galé considera que poderá ficar abaixo apenas 10-15%. “As perspetivas começam a ser positivas”.
Isto se não houver mais fatores externos que dificultem a retoma do turismo em Portugal. Por exemplo, o impacto do conflito Rússia-Ucrânia, a subida da inflação e das taxas de juro, que indiretamente, atinge o setor.
“Precisamos que o poder de compra esteja saudável. Se voltar a haver alguma pressão e as pessoas tiverem menos disponibilidade financeira, já sabemos que o nosso tipo de despesa está à cabeça das que são cortadas”, diz Gonçalo Rebelo de Almeida. “A vontade de viajar existe, mas se não houver meios, há retração”, remata o presidente do grupo.
Mais de 50 milhões em quatro novos hotéis e pessoal
Apesar da pandemia, o grupo hoteleiro não parou: para além da remodelação de diversas unidades, iniciou a construção e prepara a abertura de quatro novos hotéis no verão de 2023: um em Ponta Delgada, outro em Tomar e dois dentro do espaço do Clube de Campo, em Beja.
O Vila Galé Nep Kids, é um conceito inédito em Portugal, “um hotel para crianças onde os adultos só entram se forem acompanhados por crianças”, revela com entusiasmo o presidente Jorge Rebelo de Almeida, assumindo que este é um sonho antigo. O outro, é especialmente vocacionado para casais.
O investimento previsto para estas quatro unidades é de 50 milhões de euros, embora Jorge Rebelo de Almeida admita que possa ser superior, já que o preço dos materiais continua a subir. Além destes, o grupo adquiriu ainda uma quinta em Ponte de Lima, vocacionado para o enoturismo e que inclui adega e hotel, envolvendo igualmente a recuperação de um castelo. Ainda este ano o grupo vai inaugurar uma nova unidade no Brasil.
O grupo hoteleiro tem cerca de 1.250 trabalhadores efetivos em Portugal mas continua a precisar de mais mão-de-obra. “Este será um ano em que teremos um foco muito grande nos recursos humanos, procurando criar carreiras mais atrativas e mais bem remuneradas, vinculadas à avaliação, ao mérito e empenho, apostando na formação on job e na captação de jovens à procura do 1º emprego”.
Para isso, o grupo “tem-se mostrado” em vários espaços, nomeadamente nas escolas de hotelaria e turismo, superiores ou profissionais.
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