//Governo trava a fundo na despesa pública de 2020 com bancos falidos

Governo trava a fundo na despesa pública de 2020 com bancos falidos

Os restos de dois bancos privados falidos que são diretamente financiados com despesa do Orçamento do Estado — Banif e BPN — exigiram, aparentemente, muito menos dinheiro dos contribuintes durante o ano passado.

Em 2019, as sociedades com ativos e passivos do antigo BPN saldaram o que faltava do enorme empréstimo que tinha sido feito pela CGD. Isto pode ajudar a explicar este alívio nas contas, que pode ser temporário.

O Orçamento do Estado suplementar para 2020, aprovado em julho desse ano, previa verter 704 milhões de euros nos veículos financeiros que guardam os restos e os ativos problemáticos desses dois bancos, mas a Conta Geral do Estado relativa a 2020 (CGE2020), divulgada recentemente, mostra que o governo conseguiu travar a fundo nestes gastos, tendo apenas canalizado 66,5 milhões de euros para esses fundos.

Os restos do BES (Novo Banco) não são amparados desta forma. Este universo altamente lesivo para os contribuintes tem beneficiado de empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução (que detém o NB), Estado que depois é obrigado a endividar-se mais para aguentar este “compromisso contratual”.

Em 2020, o esforço dos contribuintes com o antigo BES foi de quase 1040 milhões de euros. Em 2021, a verba prevista pode oscilar entre 400 e 600 milhões de euros, ainda não se sabe, ainda está a ser avaliado pelo governo e os restantes parceiros de negócio.

Mas regressemos aos dois pequenos bancos que também têm arrasado com as contas públicas nos últimos anos.