A Associação Business Roundtable Portugal (BRP) quer ajudar o tecido empresarial a dar o salto. Nesse sentido, apresentou esta segunda-feira uma nova iniciativa que visa apoiar a internacionalização e a exportação “de forma pragmática”. De outra forma, estas empresas “teriam alguma dificuldade em sair de Portugal”, explica à Renascença Filipe de Botton, presidente da Logoplaste.
O programa está aberto à inscrição de qualquer pequena e média empresa (PME), mediante o pagamento de 750 euros. Chama-se “Globalizar” e conta já, numa primeira fase, com 40 gabinetes ou espaços em 14 países: Angola, Alemanha, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Luxemburgo, Reino Unido, Roménia e Suíça.
Estes espaços de acolhimento situam-se nas sedes das associadas da BRP com presença internacional, cerca de 20 empresas. São elas que vão apoiar a entrada das PME em novos mercados e orientá-las, para que não repitam os mesmos erros.
Filipe de Botton, que lidera o grupo de trabalho para a globalização, garante que esta iniciativa não vai substituir a AICEP. Estes espaços são complementares ao estudo de mercado e enquadramento de mercado avançado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal.
Nos 40 postos criados pela BRP, as PME podem contar com “uma empresa amiga, portuguesa também”, que as vai orientar com informações úteis: “com que advogado devem trabalhar, onde é a repartição de finanças, quais são os enquadramentos legais à importação”. O objetivo, acrescenta Filipe de Botton, é facilitar a análise do mercado e se vale a pena o investimento.
Para aderirem à iniciativa e ocuparem uma das 40 vagas disponíveis, para já, as empresas só têm que se inscrever em globalizar.pt. É ainda cobrada uma inscrição de 750 euros, um valor que os promotores consideram simbólico e que foi fixado “para haver uma corresponsabilização”. Segundo Botton, este valor não fará a diferença, a uma empresa que se decida instalar durante quatro ou seis meses em Santiago do Chile, São Paulo ou Chicago, mas “vai permitir gerir o processo e entender da seriedade da PME relativamente à inscrição”.
Para já esta iniciativa arranca como “um balão de ensaio”, mas o CEO da Logoplaste admite que pode ser alargada com a entrada de outras empresas, presentes noutras geografias, mesmo que não sejam associadas da BRP.
Nesta primeira fase, os espaços são disponibilizados pela Corticeira Amorim, BA Glass, Bial, Delta, Logoplaste, Nors, Sogrape, Sovena e Sugal Group. As instalações permitem até dois postos de trabalho por empresa candidata e são geridas pela LACS, uma empresa de cowork portuguesa.
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