A partir deste sábado, a Grécia deixa de estar em situação de vigilância reforçada imposta pela Comissão Europeia, após ter pedido ajuda financeira há 12 anos, num dia que o Governo considerou histórico para o povo grego.
“Termina um ciclo de 12 anos que trouxe dor aos cidadãos, estagnou a economia e dividiu a sociedade”, disse o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis num discurso à nação, citado pela agência francesa AFP. O líder conservador disse que “um novo horizonte claro de crescimento, unidade e prosperidade está a emergir para todos”.
A decisão da Comissão Europeia de não renovar o regime de vigilância reforçada à Grécia foi comunicada oficialmente ao Governo de Atenas em 2 de agosto. “Como resultado dos esforços da Grécia, a resistência da economia grega melhorou substancialmente e os riscos de efeitos colaterais na economia da zona euro diminuíram significativamente”, justificou na altura.
A Grécia solicitou a intervenção da União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2010, face à falência das suas finanças públicas. Desde então, beneficiou de três planos de assistência financeira de 289.000 milhões de euros.
Para beneficiar da assistência da ‘troika’, as autoridades gregas tiveram de adotar medidas de austeridade para melhorar as finanças públicas. As medidas incluíram redução de salários e pensões, aumento de impostos, congelamento de contratações públicas, cortes nos orçamentos dos organismos públicos e um programa de privatizações.
Com o fim do terceiro programa de ajustamento económico em 2018, a Comissão Europeia colocou a economia sob vigilância reforçada para verificar a implementação das reformas empreendidas e a continuação das privatizações.
A Grécia está também empenhada em manter um excedente primário (antes do serviço da dívida) de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
A Comissão Europeia espera um crescimento de 4% este ano, enquanto a média na zona do euro deverá ser de 2,6%.
A Grécia continua a ter, no entanto, uma das taxas de desemprego mais elevadas da zona euro, um dos salários mínimos mais baixos e uma dívida de 180% do PIB.
Deixe um comentário