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Os trabalhadores das empresas de distribuição começam neste sábado uma greve de dois dias por atualizações salariais, que a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) diz que não terá “perturbações expressivas”, mas o sindicato representativo contrapõe.
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O Sindicato dos Trabalhadores do Setor dos Serviços (Sitese) anunciou, na semana passada, uma greve nas empresas de distribuição em 23 e 24 de dezembro, em protesto contra a falta de atualização da tabela salarial, apesar do ano “muito lucrativo”.
“Como é possível que depois de um ano que já se verifica muito lucrativo, a APED diga que as empresas do setor recusam negociar a melhoria das condições de trabalho e de vida dos seus trabalhadores? Como é possível que as empresas e os seus representantes queiram manter as injustiças que diariamente se verificam nos locais de trabalho, com as funções acumuladas indevidamente, o desrespeito pela antiguidade, a desorganização de horários, folgas e férias”, sustentou o sindicato, em comunicado.
Considerando esta posição das empresas de distribuição uma “atitude quase provocatória” que “obriga os trabalhadores a lutar”, o Sitese diz ter enviado ao Governo e aos parceiros sociais um aviso prévio de greve nas empresas filiadas na APED para os dias 23 e 24 de dezembro.
Na sexta-feira, o Sitese avançou que algumas empresas da distribuição têm feito, de forma individual, contactos com os trabalhadores, sobre aumentos e prémios, com receio do impacto da greve no fim de semana.
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“Não temos nenhuma ideia estimada do número de participantes na greve, mas estamos bastante otimistas e temos visto que há movimentações de algumas empresas diretamente com os seus trabalhadores, nestes dias que antecedem a greve, exatamente porque há receio de que a adesão seja considerável”, afirmou, na altura, o presidente da direção deste sindicato, Pedro Lopes, em declarações à Lusa.
Segundo a estrutura sindical, algumas empresas do setor têm apresentado, internamente, propostas de aumentos salariais e anunciado a distribuição de prémios.
Contudo, Pedro Lopes notou que estes prémios estão, na sua generalidade, “muito aquém” daquilo que são os resultados dessas mesmas empresas e, por isso, não trazem qualquer melhoria à qualidade de vida dos trabalhadores “nem sequer no curto prazo”.
Por outro lado, o facto de a negociação não ser feita ao nível do setor vem agravar as assimetrias entre os trabalhadores.
Um dia antes, a APED adiantou, em resposta à Lusa, não esperar “perturbações expressivas” devido à greve dos trabalhadores.
Em resposta, o presidente da direção do Sitese referiu que a APED não quer “causar alarme”, acrescentando que esta posição já foi assumida em outras greves.
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