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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) garante que teve 80% das suas agências abertas, apesar da greve dos trabalhadores do grupo que foi convocada para esta segunda-feira.
“Temos 20% das agências encerradas. Naturalmente, que em algumas há transtornos que decorrem, sobretudo, desta greve atingir os mais vulneráveis, que são os reformados”, afirmou o administrador da CGD, José João Guilherme, que falava aos jornalistas à margem da manifestação dos trabalhadores do banco, em Lisboa.
“A greve é um direito que assiste a todos os trabalhadores, desde que cumpra todas as formalidades que são definidas na lei. No entanto, a Caixa entende que as razões invocadas pelos sindicatos aderentes à greve de hoje [ontem] banalizam o direito à greve, como é demonstrado pela adesão dos colaboradores, inferior em 50%, em relação à última greve de 2018”, refere o banco estatal num comunicado ontem divulgado.
“Nesta greve, a Caixa tem 80% das agências abertas e processou um volume de transações digitais superior em 4% [às 12 horas] face ao período homólogo do ano anterior”, adianta.
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O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) disse ontem que a greve dos trabalhadores do banco público estava a ser um “êxito” e que não havia agências a funcionar com “normalidade”.
A Caixa critica o facto de a greve ter sido convocada para o dia “em que muitos portugueses recebem as suas pensões e pretendem honrar pontualmente os seus compromissos”. Esta é uma greve que demonstra insensibilidade por parte das estruturas sindicais que a convocaram, prejudicando alguns dos mais vulneráveis, mais desfavorecidos e com menor literacia financeira”, aponta.
O banco salienta que “tem uma tabela de remunerações muito acima dos restantes bancos com quem concorre” e que, em 2020, “a Caixa foi o primeiro banco a fechar a negociação da tabela salarial com os sindicatos, logo em janeiro”.
Em 2021, a “Caixa comprometeu-se com os sindicatos a apresentar uma proposta em setembro”.
O banco assegura que “nunca esteve, nem está, em cima da mesa qualquer hipótese de um despedimento coletivo na Caixa Geral de Depósitos”.
“Pelo contrário, para os colaboradores que têm escolhido sair, as condições de saída, quer seja por pré-reforma ou mútuo acordo têm sido das mais favoráveis da banca portuguesa”, frisa.
Novas ações em análise
Por seu lado, o sindicato STEC considerou que “os trabalhadores da CGD mostraram hoje [ontem] a sua indignação à administração pela forma completamente insensível como estão a ser tratados, relativamente à revisão da tabela salarial e ao assédio que sobre eles recai e que se reveste de várias formas”.
“Apesar das pressões e ameaças, das transferências à pressa para substituir os trabalhadores em greve, muitas dezenas de agências estão encerradas, muitas outras dezenas estão abertas, mas de porta fechada, apenas com a gerência, sem efetuar operações e só para se dizer e contabilizar que estão abertas, outras ainda estão a funcionar com base em estagiários que não podem fazer greve”, garantiu o STEC em comunicado.
O STEC assegura, por sua vez, que a “administração tudo tem feito para minimizar a adesão à greve, não permitindo sequer a marcação de greve aos trabalhadores que, estando de férias, manifestaram vontade de aderir à mesma, não permitindo ainda informar os clientes que o encerramento das agências se deve à greve”.
O STEC “vai convocar uma reunião de delegados sindicais para analisar a situação laboral e decidir sobre eventuais novas ações de luta, caso a situação laboral não se altere”, assegurou ainda.
Com Lusa
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