//Grupo Pestana atinge recorde de 500 milhões de faturação. “Estamos preparados para o futuro”, garante fundador

Grupo Pestana atinge recorde de 500 milhões de faturação. “Estamos preparados para o futuro”, garante fundador

Depois de um início de ano complicado, com os hotéis fechados nos primeiros meses por causa da pandemia, foi o boom. “De repente, abriu e os turistas vieram logo. Normalmente, demoram um, dois meses porque ainda vão pensar. Mas desta vez foi logo torneira aberta, muito bom. Este vai ser um ano recorde e estamos muito bem preparados em termos financeiros para os próximos anos”, diz o presidente do Grupo Pestana aos jornalistas, com visível satisfação.

2022 ainda não acabou, mas a previsão de faturação aponta para os 500 milhões de euros, quase 10% acima do conseguido em 2019, o melhor ano para o Grupo e para o turismo em geral. “E a tendência é para continuar a crescer, se tudo correr bem”, ressalva Dionísio Pestana que confessa ter todos os dias como primeira preocupação, assim que acorda, consultar a imprensa internacional.

“No outro dia, quando caiu a bomba na Polónia, fiquei muito preocupado. Mas quando percebi que não tinha sido intencional, descansei mais. Dia a dia, vou gerindo as expectativas e o futuro”.

A receita aumentou, mas os custos também subiram significativamente, especialmente no segundo semestre. Com a mão-de-obra e a sua formação e com o aumento dos custos de energia, que subiu cerca de 25%. Foi uma desagradável surpresa”.

O grupo tem várias atividades, mas no turismo, 80% da faturação é realizada em Portugal e 20%, nas unidades internacionais.

Mercado americano é uma surpresa muito agradável

A procura pelos hotéis Pestana é liderada pelos turistas nacionais. Seguem-se os mercados britânico, alemão e agora, o americano. “Está a ser uma surpresa muito agradável. O que gostava de dizer no próximo ano é que o americano é o nosso primeiro mercado. Porque é o que paga mais, são turistas com elevado poder de compra e é bom recuperar esse mercado. Para todos nós”, diz Dionísio Pestana.

O mercado brasileiro “praticamente acabou” e os países do leste europeu tornaram-se os mercados emergentes para a Madeira. Polónia, República Checa, Ucrânia. “Tínhamos charters desses países e no próprio dia em que a guerra começou, tínhamos cá um grupo de ucranianos. Muitos deles já não voltaram, ficaram a trabalhar cá”, conta o hoteleiro madeirense.

Questionado sobre a procura de novos mercados emissores, Dionísio Pestana é claro: “É melhor apostarmos em mercados de proximidade, de duas a três horas de voo. Os de mais longe não interessam tanto. A não ser, dos Estados Unidos. E a Madeira está a apostar. Temos um voo direto de Nova Iorque para o Funchal, que são seis horas. E temos cada vez mais americanos”.

Incerteza obriga a prudência para 2023

Apesar dos melhores resultados de sempre, a degradação da situação económica, a inflação e a subida dos juros podem condicionar o crescimento do grupo.

“Para combater a subida da inflação, a solução é aumentar a produtividade, com imaginação das equipas, mantendo a receita e defendendo as margens. É preciso estar atento à tesouraria, que é o mais preocupante”, admite.

Quanto aos novos projetos, o que está em construção, avança, mas o resto congela”, diz Dionísio Pestana. Para o 1º trimestre de 2023 está prevista a abertura de dois hotéis em Lisboa: um, junto ao Arco da Rua Augusta e uma Pousada, em Alfama.

Nessa mesma altura “se tudo correr bem”, começa a construção de uma nova unidade em Paris, junto à estação ferroviária de Austerlitz, em que o Pestana é parte de um projeto maior. Fica com a parte de hotelaria – 210 quartos – num investimento de 60 milhões de euros.

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