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O Banco de Portugal alertou esta sexta-feira que 24 freguesias de cinco distritos de Portugal Continental correm o risco de perder o acesso a levantamento de dinheiro, seja em caixas automáticos ou em balcões bancários.
O supervisor avisa que o risco poderá materializar-se caso haja uma maior redução da rede de agências bancárias e de caixas Multibanco.
“Num estudo hoje publicado, o Banco de Portugal conclui que, apesar de não existirem extensas áreas com acesso limitado a caixas automáticos e balcões de instituições de crédito, uma contração adicional da rede poderá revelar-se especialmente crítica para os residentes em 24 freguesias de cinco distritos de Portugal Continental”, refere o supervisor num comunicado.
Adianta que foram identificadas “24 freguesias particularmente vulneráveis a uma contração adicional da rede”, de um total de 3092. O número não alterou face ao estudo referente a 2019.
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“Estas freguesias distavam mais de 15 quilómetros de um ponto de acesso a numerário ou, distando mais de 10 quilómetros, pertenciam aos municípios acima indicados. Trata-se de freguesias dos distritos de Beja [5 freguesias], Bragança [16], Castelo Branco [1], Faro [1] e Vila Real [1]”, aponta.
Segundo o estudo, “as percentagens da população com um ponto de acesso a menos de 5, de 10 e de 15 quilómetros de distância da freguesia de residência não se alteraram em relação a 2019: 98% da população dispunha de um ponto de acesso a menos de 5 quilómetros de distância da freguesia de residência; 99,8% a menos de 10 quilómetros; e 99,98% a menos de 15 quilómetros”.
“Para tal muito contribui o facto de Portugal continuar a ser o líder da área do euro em número de CA (caixas automáticos) per capita”, frisa. “A distância máxima a percorrer entre uma freguesia e um ponto de acesso a numerário continua a ser 17 quilómetros [em linha reta]”, adianta.
Segundo o supervisor, “ainda que não sejam identificadas extensas áreas com limitações no acesso a numerário, admitese que, em pouco tempo, possam surgir efeitos negativos decorrentes da contração adicional da rede”.
“Por essa razão, o Banco de Portugal considera importante iniciar uma reflexão a médio e longo prazo sobre os mecanismos destinados a mitigar as adversidades prospetivas”, destaca.
Salienta que, “considerando que as áreas em risco estão circunscritas a regiões com um enquadramento muito específico, o Banco de Portugal manterá uma atitude vigilante e pró-ativa: continuará a monitorizar periodicamente a evolução da rede e, juntamente com outras partes envolvidas, desenvolverá iniciativas para fazer face aos desafios já identificados, sem prejuízo de continuar a promover ações de literacia financeira destinadas a promover o acesso da população a meios de pagamento alternativos”.
Atualizada às 16H20 com mais informação
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