O pessoal de saúde do SNS aumentou no ano passado em 4654 profissionais. Entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e de saúde, no final de 2019 havia 8,7 profissionais no sector público por cada mil habitantes do país, numa subida face ao rácio de 8,2 profissionais de um ano antes, apontam dados do último boletim estatístico da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público publicado na sexta-feira.
A Saúde foi no ano passado responsável por boa parte do aumento de funcionários públicos, valendo estes quase um terço dos novos 15 305 postos e trabalho registados nas administrações públicas. No total, havia 698 522 funcionários públicos no final de 2019 – ainda assim, num número 4% abaixo do nível registado em 2011.
Na Saúde, o número total de trabalhadores com emprego no sector chegou aos 142 190. Destes profissionais, 88 965 eram médicos (30 160), enfermeiros (48 144), técnicos de diagnóstico e terapêutica (8962) e técnicos superiores de saúde (1699), segundo os dados do Boletim Estatístico do Emprego Público.
A evolução no pessoal da saúde deu um salto sobretudo na região Norte, com a passagem do Hospital de Braga a gestão pública, que explica boa parte da subida (na região do Cávado, onde se insere o hospital, o aumento de pessoal de saúde foi de 1920 profissionais). Ainda assim, houve zonas do país com regressões no pessoal: a Lezíria do Tejo, onde a perda de seis médicos, parcialmente compensada com a entrada de novos enfermeiros, provocou um recuo de 0,1% no pessoal de saúde.
Salários abrandam, recuam mesmo nalgumas regiões
Já na evolução das remunerações médias, os trabalhadores da Saúde viram o salário subir apenas em 1,8%, ao ritmo mais baixo dos quatro anos anteriores. Os ganhos médios do sector ficaram em 1861,4 euros, incluindo complementos. Os salários médios caíram no entanto nalgumas regiões: Cávado (menos 6%), Algarve (menos 5,8%), Aveiro (menos 1,4%), Oeste (menos 1%) e Beiras e Serra da Estrela (menos 0,2%). A média das remunerações da função público cresceu no ano passado 2,4%, para os 1759,7 euros.
Neste ano, o governo prevê recrutar 2995 novos profissionais de saúde, a maioria dos quais assistentes operacionais (1320), pessoal com as remunerações mais baixas na função pública e onde tem vindo a acelerar o ritmo de aposentações. Serão também recrutados 912 enfermeiros e 220 técnicos de diagnóstico terapêutica, de acordo com o previsto no Programa de Estabilização. As contratações estão incluídas no reforço de 8400 trabalhadores prometido no final do último ano.
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