//Há alimentos mais caros para além do “IVA Zero”

Há alimentos mais caros para além do “IVA Zero”

De um dia para o outro, há superfícies comerciais a vender azeite mais caro – e não apenas devido ao fim do IVA Zero. A reportagem da Renascença constatou esta manhã, numa superfície comercial na Grande Lisboa (Amadora), que no caso do azeite, a subida é de quase um euro. Uma subida “disfarçada” num desconto de 20 ou 24% no produto final.

Mas vamos a contas: ontem, último dia do IVA Zero, uma garrafa de 0,75 litros azeite Oliveira da Serra custava 6,49 euros, já com menos 6% IVA e 24% de desconto. O valor tinha por base 11,53 euros por litro. Hoje, a mesma embalagem custa 6,87, já com os 6 por cento de IVA e ainda com um desconto de 24 por cento. Só que o valor por litro passou para os 12 euros e 21 cêntimos.

Poderá dar-se o caso de ter sido feito um novo contrato de fornecimento de azeite para esta grande superfície comercial, que já refletirá um aumento de preço de custo. Mas será muita coincidência. Ainda para mais porque a subida também de verifica num outro azeite da mesma marca, o azeite virgem extra verde.

Esta quinta-feira, a embalagem de 0,75 litros custava 8,29 euros, já com IVA Zero e com 20% de desconto. O valor de referência por litro era de 13 euros e 99 cêntimos. Hoje, sexta-feira, já com o IVA de 6%, mas ainda com os 20% de desconto, a mesma embalagem custa 8,79 euros, e o preço de referência por litro sobe para os 14 euros e 81 cêntimos.

Verificou-se a mesma tendência também noutra superfície comercial de outra empresa no Grande Porto (Vila Nova de Gaia). Ontem, o valor de referência por litro era de 6,49 euros e já hoje tem o custo de 6,88 euros, um cêntimo a mais do preço afixado na outra superfície comercial na Amadora. E o mesmo acontece com o azeite virgem extra verde. A garrafa passou de 10,49 euros a 11,12 euros, também com um custo acrescido de um cêntimo.

O cabaz de bens essenciais com IVA Zero atingiu o valor mais alto desde o início de 2023. A medida terminou ontem, depois de já ter sido prolongada por duas vezes.

O valor do cabaz de 41 produtos, monitorizado pela DECO, é agora de 143,28 euros. Comparado com o valor da mesma altura em 2023, o aumento é de quase de 10 euros. No dia em que o IVA Zero entrou em vigor, o valor do cabaz era de 138,77 euros.

A subida do valor do cabaz, em comparação com o início do IVA Zero, corresponde a aumentos na mercearia, na fruta e legumes, e no peixe. No total, a diferença para a véspera da entrada em vigor da medida é de 4,51 euros.

O produto com o maior aumento no preço é o azeite virgem extra que, no espaço de um ano, quase duplicou de preço. Se, em 2023, um litro deste azeite custava cerca de 6 euros, agora custa pouco mais de 11 euros.

A pescada fresca foi o segundo produto com o maior aumento, tanto desde o início de 2023 – um aumento de 3,7 euros – como desde o início da aplicação do IVA Zero – um aumento de 4,3 euros. O preço é agora de 11,91 euros por quilo.

Considerando apenas o período de aplicação do IVA Zero, o terceiro produto com maior aumento no preço é os brócolos (42%), seguido da laranja (31%) e da couve-flor (30%).

Também na lista dos dez produtos com maior aumento estão a alface frisada (27%), a maçã golden (11%), a massa esparguete (8%), a massa espiral (7%) e a curgete (7%).

Já o cabaz essencial, onde a DECO avalia os preços de 63 produtos, teve um aumento de 7,58% no espaço de um ano. O custo global passou de 219,4 euros para 236 euros, tendo chegado a custar 211,24 euros em meados de agosto de 2023.

O IVA Zero terminou ontem. Implementado em abril, foi prolongado em setembro até ao fim de 2023, e acabou alargado até 4 de janeiro para permitir a adaptação das empresas de distribuição.

[Notícia atualizada às 14h29 de 5 de janeiro de 2024]

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