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Num ano que foi uma montanha russa nas bolsas, cinco empresas nacionais conseguiram valorizar-se. São as cotadas nacionais que resistiram à crise que assolou o mundo, devido aos efeitos na economia das medidas adotadas no âmbito da epidemia do novo coronavírus e ao medo instalado na população. A confiança e o consumo foram penalizados, bem como as perspetivas para os lucros das empresas. Mas estas cotadas resistem.
A EDP Renováveis (EDPR) e a casa-mãe, EDP-Energias de Portugal, lideraram os ganhos na bolsa portuguesa em 2020. EDPR valorizou 117% e duplicou a sua cotação de 10,5 euros por ação no final de 2019 para 22,8 euros no fim de dezembro passado. A EDP subiu 22,4% em bolsa no último ano e cada ação passou de 3,86 euros para um valor de 5,16 euros no final de 2020. A subida dos títulos do grupo EDP acompanhou as valorizações registadas no setor das energias renováveis, numa altura em que cada vez mais são anunciadas políticas que protegem e incentivam o desenvolvimento desta indústria.
Além da valorização, a elétrica protagonizou um dos maiores aumentos de capital a nível europeu no ano passado. A EDP aumentou o seu capital em mil milhões de euros. A operação elevou o peso do grupo liderado por Miguel Stilwell no principal índice bolsista português. “No âmbito deste processo o Grupo EDP – casa-mãe e subsidiária – passou o seu peso na capitalização de 38% no final de 2019 para 59% no final de 2020”, refere um resumo do relatório da Maxyield, difundido junto dos membros desta associação de pequenos investidores. “O reforço da capitalização bolsista do Grupo EDP deve-se ao grande aumento das cotações da casa-mãe e subsidiária bem como o aumento de capital da EDP”, adianta o relatório. Juntando a REN, o setor das energéticas pesa agora 61% no índice PSI20.
A terceira maior subida em termos percentuais coube à Pharol, que ganhou 25,3% em 2020. A holding, acionista do grupo de telecomunicações brasileiro Oi, fechou o ano a valer 12 cêntimos por ação.
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Outra empresa que resistiu à crise foi a Novabase, que presta serviços na área das tecnologias da informação. A empresa passou a fazer parte do universo de 18 cotadas que compõem o PSI20, no início de 2020, em substituição da Ramada-Investimentos e Indústria, que voltou a ser reintegrada no índice no final do ano, após a retirada de bolsa da Sonae Indústria. Ao longo do ano, a Novabase valorizou 24,4% e fechou a cotar nos 3,21 euros por ação.
A quinta empresa do índice PSI20 que fechou no verde em 2020 foi a Corticeira Amorim, com uma subida de 2,7% em bolsa. A Corticeira fechou o mês de dezembro a cotar nos 11,6 euros por ação.
Do lado das quedas, a Galp Energia foi a mais afetada pela crise, com uma desvalorização de 41,2%. A cotação da petrolífera passou de 14,9 euros no final de 2019 para 8,8 euros no fim de dezembro passado. A NOS protagonizou a segunda maior descida do PSI20, com perdas de 40,5%, para 2,86 euros por ação. Seguiu-se o Millennium bcp que acompanhou as quedas no setor da banca na Europa. O BCP perdeu 1200 milhões de euros em capitalização bolsista em 2020, tendo fechado com uma queda de 39,3% para os 12 cêntimos por ação.
Apesar do ano turbulento que a bolsa viveu em 2020, o PSI20 fechou com uma queda de apenas 6,1%, enquanto a capitalização bolsista das suas cotadas aumentou. “A capitalização bolsista em 2020 atingiu 68 350,2 milhões de euros, tendo sofrido um aumento de 7295,2 milhões de euros relativamente a 2019, o qual representa um acréscimo de 12%”, destaca o relatório. “Este crescimento deve-se à polarização positiva do Grupo EDP e polarização negativa da larga maioria das sociedades cotadas”, explica. Segundo a análise da Maxyield, “a dicotomia é demasiado evidente e a estrutura da capitalização bolsista ficou profundamente alterada”.
Para 2021, os desafios mantêm-se para as cotadas. O PSI20 segue a perder 2,1% em janeiro.
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