//Horta Osório abandona liderança do banco Lloyds em 2021

Horta Osório abandona liderança do banco Lloyds em 2021

António Horta Osório prepara-se para pôr fim a um ciclo de dez anos à frente do banco Lloyds. Em comunicado, é indicado que esta saída terá efeitos a partir de junho de 2021.

Indicando que é apologista de que “as pessoas não se devem perpetuar nos cargos, para benefício das instituições e dos próprios”, Horta Osório decidiu põe fim a uma década ao leme do banco inglês.

Na nota é indicado que a saída acontecerá depois de terminar o terceiro plano estratégico desenhado para o Lloyds para o período 2018- 2020, que tem como principais objetivos a preparação do “banco para um mundo digital e contribuir para a transição do Reino Unido para uma economia de baixo carbono”.

Horta Osório assumiu o cargo de CEO do Lloyds em março de 2011, a convite do Governo Inglês e do ministro das Finanças George Osborne, para liderar o turnaround do Banco na sequência da aquisição pelo Lloyds do HBOS, e que acarretou a entrada do Estado no capital do Banco com 39% do capital.

Com a saída agendada para daqui a menos de um ano, Horta Osório irá concluir a implementação do plano estratégico apresentado há dois anos e ainda enfrentar os desafios e consequências económicas que surgiram com a pandemia de covid-19. O banqueiro tem ainda como objetivo garantir que a transição de liderança do banco é feita de “forma tranquila e organizada”.

“É com um misto de emoções que anuncio a minha intenção de deixar o Lloyds Banking Group em junho do próximo ano. Foi um enorme privilégio ter contado com o apoio de uma equipa extraordinária, tanto no Conselho de Administração como no Conselho Executivo, com a qual vou continuar a contar até terminarmos a implementação do nosso plano estratégico, contribuindo para transformar o Grupo no banco do futuro”, declara Horta Osório.

“Todos no Lloyds nos unimos em torno do objetivo de ajudar o Reino Unido a prosperar e os nossos clientes e comunidades estão a sentir o nosso empenho agora, mais do que nunca. Foi um honra fazer parte da transformação de grande parte das nossas áreas de negócio. Sei que, quando deixar o cargo de CEO do Grupo no próximo ano, o banco terá a força estratégica, financeira e de gestão necessária para continuar a reforçar a sua posição de liderança no mercado.”

Já o chairman do Lloyds, Lord Norman Blackwell, deixa elogios à contribuição de Horta Osório. “Gostaria de aproveitar esta oportunidade para homenagear a extraordinária contribuição do António Horta Osório, ao longo da última década, primeiro liderando o turnaround e, depois, o desenvolvimento estratégico do grupo. O seu compromisso pessoal e a sua forte visão conduziram a um período de mudanças massivas e bem-sucedidas no Grupo, devolvendo o Lloyds à sua posição de destaque para ajudar o Reino Unido a prosperar como principal banco comercial e de retalho do país.”

“Durante a sua gestão, Horta Osório supervisionou uma transformação abrangente do balanço do grupo, das várias divisões de negócio e das propostas aos clientes do grupo, incluindo o reembolso do investimento de 21 mil milhões de libras realizado pelo governo do Reino Unido e a evolução do Grupo para o maior banco digital do país. A decisão de anunciar agora a sua intenção de saída do Grupo vai permitir um processo de sucessão ordenado para a nomeação de um novo CEO no próximo ano, que irá trabalhar com o novo Chairman”, declarou Lord Blackwell. A saída do chairman do Lloyds foi anunciada no ano passado, estando já escolhido o sucessor: Robin Budenberg, que ingressa na administração em outubro deste ano.

O regresso do banco aos lucros, quatro anos após o ingresso de Horta Osório no Lloyds, marca o percurso do português no banco inglês. Em fevereiro de 2015, o Lloyds anunciava lucros pela primeira vez em sete anos, regressando também ao pagamentos de dividendos aos acionista. Em 2017, o banco voltaria à esfera privada, com lucros para o Estado inglês.

Atualmente, o Lloyds tem 16 milhões de clientes digitais e é a instituição bancária com maior base acionista de Inglaterra, com mais de 2,4 milhões de acionistas.

Horta Osório mantém ainda as funções não executivas que já ocupa atualmente em Portugal, na Fundação Champalimaud e na Sociedade Francisco Manuel dos Santos.

Ver fonte