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Passar férias em Portugal está mais caro do que nunca. Das rent-a-carao alojamento, os preços nos vários serviços de turismo têm batido recordes este ano. Reservar uma noite num estabelecimento de alojamento turístico custou, em média, 111,8 euros por noite em junho, ou seja, mais 15 euros do que no mesmo mês de 2019, aquele que foi considerado o melhor ano turístico de sempre para o país, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este valor corresponde ao preço médio por quarto ocupado (ADR) durante o sexto mês do ano. A prova de que reservar férias em terras lusas pesa mais na carteira, está nas receitas dos alojamentos. Com menos 900 mil hóspedes e menos dois milhões de dormidas do que em 2019, os estabelecimentos de alojamento turístico conseguiram superar o valor de receitas arrecadado no primeiro semestre de 2019.
O aumento das tarifas, que subiu à boleia quer da elevada procura quer da inflação, refletiu-se nos proveitos de aposento que atingiram os 1,4 mil milhões de euros, um crescimento 5,8% face a 2019. Já os proveitos totais, que somam ao alojamento os outros gastos inerentes à estadia dos turistas como restauração, lavandaria entre outros serviços, também ultrapassaram os valores pré-pandemia, atingindo os 1,9 mil milhões de euros, mais 4,8% em comparação com 2019.
Contas feitas, nos primeiros seis meses do ano os hóspedes gastaram, no país, mais cem milhões de euros nas dormidas em hotéis, alojamentos locais, turismos locais ou pousadas, por exemplo.
Segundo o gabinete de estatística, o turismo no espaço rural e de habitação foi o segmento de alojamento com um maior crescimento nos proveitos totais e de aposento, com subidas de 62,4% e 56,2%, respetivamente. O Alojamento Local foi o segundo melhor posicionado com com subidas de 3,9% e 4,5%, seguindo-se os estabelecimentos hoteleiros com aumentos de 3,3% e 5,5%.
Dormidas e hóspedes ainda abaixo de 2019
O turismo tem recuperado a um ritmo acelerado este ano, acima das próprias expectativas do setor. A retoma mostra-se galopante, principalmente nos últimos meses de verão, com a atividade turística a atingir e a superar os principais indicadores de 2019.
Ainda assim, e até junho, o número de dormidas no país, 28,6 milhões, ficou ainda 7% abaixo do registado no mesmo período pré-pandemia, principalmente devido às dormidas dos estrangeiros que ainda não recuperaram os valores do ano 2019 (-11,9%).
Já o mercado interno, por outro lado, tem continuado a escolher Portugal para fazer férias fora cá dentro. Nos primeiros seis meses do ano as dormidas de residentes subiram 5,2%.
No total, as dormidas de residentes aumentaram 77,7%, atingindo 10,5 milhões, e as de não-residentes, que continuam a ter o maior peso (66%) cresceram 495,6%, para um total de 20,4 milhões. Ainda olhando para o primeiro semestre do ano, o INE conclui que as dormidas diminuíram na maioria dos principais municípios, face a igual período de 2019, sendo que Albufeira, no Algarve, liderou as perdas, com uma quebra de 21,1% nas dormidas. Segue-se Lisboa com uma redução de 13,6% e o Porto com menos 4,3%. Por outro lado, e com resultados positivos, o município do Funchal registou um acréscimo de 2%.
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