As empresas gestoras de hospitais privados conseguiram em 2024 receitas recorde que ultrapassaram os 2,5 mil milhões de euros, um aumento de 11,6% relativamente ao ano anterior.
Segundo os dados divulgados esta quarta-feira pela Informa D&B, que disponibiliza informação atualizada sobre a atividade de empresas e gestores, a faturação dos hospitais privados tem vindo a apresentar uma tendência ascendente nas últimas duas décadas, com exceção do ano de 2020.
Esta tendência de crescimento na faturação – explica – é impulsionada pelo aumento dos seguros de saúde entre a população e das receitas provenientes dos acordos para atendimento de utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os seguros de saúde registaram também um crescimento nos últimos anos, com variações anuais de dois dígitos nas receitas relativas a prémios.
Em 2024, o valor deste mercado fixou-se em 1,586 mil milhões de euros, mais 17,5% do que em 2023, ano em que o aumento tinha sido de 16,7%.
Segundo a informação divulgada pela Informa D&B, em 2023 havia em Portugal um total de 242 hospitais em atividade.
A rede privada era composta por 130 hospitais, pertencentes tanto a empresas privadas como a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), com um total de 35.713 camas.
A oferta privada com fins lucrativos, incluindo os estabelecimentos geridos pelas principais empresas, era constituída em abril de 2025 por 63 hospitais (exclui centros ambulatórios, hospitais públicos e hospitais privados sem fins lucrativos) e 4.388 camas, o que perfaz uma média de 70 camas por unidade hospitalar.
O distrito de Lisboa reúne 22% dos hospitais privados em atividade, seguido do Porto, com 21%, e Braga, com 11%.
A informação indica ainda que a concentração do setor tem aumentado nos últimos anos, em resultado das fusões e aquisições efetuadas pelos grandes grupos.
A este nível, no ano passado, os cinco maiores operadores detinham em conjunto uma quota de mercado superior a 90%.
Em março, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) revelou que o número de hospitais privados atingiu, em 2024, um recorde de 131 unidades, que realizaram 10,7 milhões de consultas, mais 10% face a 2023, número muito próximo do total da população portuguesa.
Segundo os dados divulgados na altura, os hospitais privados registaram um aumento de 3% no número episódios de urgência, que totalizaram 1,5 milhões.
A APHP indicou ainda que o número de cirurgias realizadas nos hospitais privados aumentou 6% no ano passado, somando 286.941, “o maior registo de sempre da hospitalização privada nacional”.
Do total de cirurgias efetuadas, apenas 5,5% foram abrangidas pelo programa de combate às listas de espera cirúrgicas (SIGIC) do SNS.
Segundo disse na altura o presidente da APHP, Óscar Gaspar, “a contratualização pelo Estado de cirurgias ao setor privado atingiu, em 2024, o seu ponto mais baixo de sempre“.
A informação divulgada esta quarta-fiera pela Informa D&B indica que, no mercado de seguros de saúde, operam 26 entidades em Portugal e que a presença de capital estrangeiro tem aumentado nos últimos anos, devido à aquisição de participações em algumas companhias de seguros por parte dos principais grupos seguradores multinacionais e de fundos de investimento.
Também aqui a oferta está muito concentrada, com as cinco principais empresas a gerarem cerca de 85% da faturação total relativa a prémios em 2024.
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