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A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) realizou um inquérito aos seus associados e 94%, que representam um universo de 450 unidades hoteleiras, confirmaram que vão aderir ao regime de “lay-off” simplificado, criado pelo Governo como resposta à crise económica provocada pela Covid-19.
Segundo a AHP, no total do setor hoteleiro, pelo menos 51 mil trabalhadores deverão ser abrangidos. Mas as pessoas atingidas serão mais, uma vez que é preciso ter em conta os contratos a termo que não foram renovados e os trabalhadores temporários para as épocas média e alta que não chegaram a ser contratados.
Além dos hotéis que já estão em “lay-off”, ou têm intenção de aderir ao regime excecional de apoio, os restantes estão a ponderar, informa a AHP. Uma das condições para poder aderir ao “lay-off” simplificado é não despedir trabalhadores durante esse período e até 60 dias depois da retoma da atividade. Além do apoio prestado durante o período de inatividade, a Segurança Social paga um salário mínimo, por trabalhador, no primeiro mês, após a retoma.
A secretária-geral da AHP adverte, no entanto, que não é possível garantir que não haverá despedimentos futuros. Em resposta à questão da Renascença, Cristina Siza Vieira sustenta que tudo dependerá da dinâmica da retoma, “porque se houver encerramentos definitivos [de hotéis], haverá [despedimentos], por força da perda total da atividade”.
De qualquer forma, sublinha, o “‘lay-off’ é um balão de oxigénio importante para evitarmos despedimentos no futuro, se efetivamente a retoma se fizer em junho e julho”.
Este é o segundo inquérito realizado pela AHP, já sob efeitos da crise provocada pela pandemia, e nesta consulta há uma revisão em alta dos números dos prejuízos previstos. A AHP calcula perdas de receita entre 1,28 mil milhões e 1,44 mil milhões de euros, no primeiro semestre deste ano, devido à Covid-19, comunicou, esta quarta-feira, a secretária-geral da AHP, por videoconferência.
Uma previsão consideravelmente mais pessimista do que a realizada há um mês, que apontava para perdas entre os 500 mil e os 800 mil milhões de euros. No segundo inquérito realizado pela AHP aos associados entre 1 e 7 de abril, 80% revelou que já encerrou as suas unidades hoteleiras, ou encerra durante este mês, ou em maio, pelo menos.
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