//IA ameaça sobretudo emprego das mulheres, dos mais qualificados e jovens

IA ameaça sobretudo emprego das mulheres, dos mais qualificados e jovens

A Inteligência Artificial (IA) pode ter uma de duas consequências nos empregos: substituí-los ou complementá-los. Uma fatia importante do mercado de trabalho está vulnerável. É uma das conclusões da edição anual do Estado da Nação, o relatório da Fundação José Neves, sobre educação, emprego e competências em Portugal. Este ano o impacto da IA foi um dos temas em destaque.

De acordo com este trabalho, no pior dos cenários, em que os trabalhadores acabam dispensados, estão 15% das mulheres, contra apenas 9% dos homens. Por idade, o grupo mais ameaçado está entre os 25 e os 34 anos, onde a perda potencial de emprego ronda os 15%.

Por nível de rendimento, a ameaça recai sobre quem ganha acima da média, quem recebe mais de 2 mil euros. Destes, mais de 24% até pode beneficiar com a utilização da Inteligência Artificial, mas 26% arrisca perder o emprego.

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Por profissão, este estudo confirma que as atividades financeiras e de seguros, de informação e de comunicação, científicas, técnicas e similares são as mais vulneráveis.

Ensino Superior representa vantagem salarial de 49%

Este estudo conclui ainda que quanto maiores são as empresas, mais avançadas estão na digitalização, têm mais produtividade e pagam melhor.

Estudar continua a compensar, mas já garantiu mais vantagens. Segundo este relatório, a população ativa com o ensino superior ganhou mais 49% em 2023, do que quem tinha apenas o secundário. No entanto, este valor tem vindo a cair. Em 2011 a diferença era de 71%.

Nos mais jovens, entre os 25 e os 34 anos, esta diferença é ainda menor, representa apenas 34%.

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No final de 2023, 11 em cada 100 trabalhadores em Portugal estava em teletrabalho.

Destaque ainda para o desemprego jovem (7,4%), que regressou em 2023 aos números pré-pandemia. Ainda assim, mantém-se acima da taxa de desemprego (6,6%).

São algumas das conclusões do Estado da Nação, o relatório anual da Fundação José Neves, que este ano não será apresentado publicamente, ao contrário do que aconteceu nas anteriores edições.

A 15 de fevereiro, José Neves demitiu-se da liderança da Farfetch e, duas semanas depois, acabou por assumir a presidência da Fundação, em substituição de Carlos Oliveira, que esteve na presidência executiva durante seis anos.

A Farfetch é agora liderada pelos sul-coreanos da Coupang, que avançaram com uma reestruturação do grupo, que inclui o despedimento de até 30% dos trabalhadores.

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