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O lucro líquido da Iberdrola aumentou 3%, para 1.058 milhões de euros, no primeiro trimestre em termos homólogos, com o crescimento dos negócios internacionais a compensar a quebra de 29% do resultado em Espanha, anunciou esta quarta-feira a elétrica.
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“O crescimento dos negócios internacionais compensa o fraco resultado da Iberdrola Espanha, que registou uma queda de 29% no seu lucro líquido, para 337 milhões de euros, menos de um terço do total do grupo, afetado pelos altos preços de energia que não transferiu para os seus clientes a um preço fixo previamente acordado”, refere a empresa em comunicado.
Segundo refere, “80% da energia vendida aos clientes do mercado livre da Iberdrola tem preços entre metade e um terço inferiores aos preços da tarifa regulada”.
Para este ano, a elétrica espanhola “reafirma sua previsão de lucro líquido entre 4.000 e 4.200 milhões de euros” e prevê o pagamento de “um dividendo mínimo de 0,44 euros por ação”.
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Até março, a quebra de 20% do resultado da Iberdrola Espanha compara com o crescimento de 33% da Avangrid e 20% da Neoenergia, sendo a contribuição da Espanha “inferior a um terço do resultado”.
O lucro operacional bruto (EBITDA) aumentou 5% no primeiro trimestre de 2022, para 2.951 milhões de euros, “graças ao bom desempenho dos Estados Unidos, Brasil e área internacional”.
Por negócio, a área das redes cresceu 20% neste período, para 1.587 milhões de euros, enquanto o negócio da produção de energia e clientes caiu 6,8%, para 1.360 milhões de euros, “principalmente afetado pelos elevados preços da energia, baixa produção de energia renovável e o encerramento não programado da central nuclear de Cofrentes — já resolvida — que forçou a compra de energia no mercado de quase 4,5 TWh [Terawatt-hora]”.
O fluxo de caixa cresceu 32% no primeiro trimestre de 2022, para 3.005 milhões de euros.
Citado no comunicado, o presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, afirma que “a atual crise no mercado energético demonstra a necessidade de acelerar a transição energética para alcançar a autonomia energética na Europa e descarbonizar a economia”, sendo para isso “necessárias soluções baseadas no quadro europeu e num diálogo contínuo entre agentes e administrações”.
Destacando o “crescimento assente nos investimentos em renováveis e redes e no impulso internacional”, a Iberdrola aponta os mais de 2.100 milhões de euros de investimento no primeiro trimestre e os quase 10.000 milhões de euros aplicados nos últimos 12 meses, dos quais 91% alocados às novas capacidades renováveis e redes inteligentes e 80% aos mercados internacionais, com destaque para os EUA (32%), Brasil (18%), Reino Unido (15%) e outras geografias internacionais (14%).
Aponta ainda a instalação de 3.500 novos MW (Megawatt) renováveis no último ano: “Nos últimos 12 meses, foram instalados 1.218 MW de energia fotovoltaica, 1.136 MW de eólica ‘onshore’, 998 MW de hidroelétrica e 111 MW de baterias. Adicionalmente, a empresa possui 7.500 MW em construção e um portfólio total de 90.000 MW”, avança.
Na energia eólica ‘offshore’, segmento em que reclama a liderança, a Iberdrola possui 1.258 MW em operação e espera 7.000 MW adicionais até 2027, dos quais 2.600 MW estão em construção. Refere ainda as autorizações obtidas para 2.900 MW de Hub East Anglia, no Reino Unido, e a assinatura do contrato de compra de energia para o parque eólico Commonwealth, nos EUA, num investimento de 4.000 milhões de euros.
A Iberdrola aponta ainda os investimentos de 800 milhões de euros em redes, com os EUA e o Brasil a contribuírem, conjuntamente, com 64% do investimento, provindo os restantes 36% de Espanha e Reino Unido, no âmbito da próxima interligação de 2.000 MW entre a Escócia e Inglaterra, que deverá estar operacional até 2027.
No último ano, a elétrica diz ter realizado compras de mais de 12.000 milhões de euros e feito 5.500 novas contratações.
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