Ninguém pode tirar a Ílhavo o lugar conquistado na história pelos feitos notáveis associados à pesca do bacalhau, mas agora quer impor-se com um calendário cultural capaz de atrair pessoas de fora, para fazer crescer o turismo e a economia local.
Um dos grandes eventos está a decorrer neste fim de semana – o Festival Palheta, dedicado às marionetas, mas há mais cinco em agenda, todos com provas de sucesso, daí a reposição. Estamos a falar do Ilustração à Vista (práticas artísticas), do Rádio Faneca (música, artes performativas e visuais), do Festim (música de outros países), do Milha (música com músicos de Ílhavo) e do Leme (circo).
A ideia é que o conjunto dos festivais dinamize, em especial, quatro espaços dispersos pelo conselho, como o Laboratório das Artes-Teatro, na Vista Alegre, o Cais Criativo, na Costa Nova, a Fábrica das Ideias, na Gafanha da Nazaré, e a Casa da Cultura, em Ílhavo, até dezembro, com organização a cargo do “23 Milhas”, designação do projeto cultural da Câmara.
O entusiasmo da autarquia é sustentado em estatísticas que apontam para crescimentos em vários indicadores do turismo. Por exemplo, embora seja um critério apenas indicativo, os atendimentos nas Lojas de Turismo de Ílhavo, Barra e Costa Nova mais do que duplicaram desde 2015, saltando para 21 966 no ano passado, segundo números oficiais. Nesses postos, sem surpresa, só 20% dos atendimentos são de nacionais.
Dados do Anuário Estatístico da Região Centro, publicados em dezembro de 2019, mas relativos a 2018, apontam para um aumento anual de 9,5% do número de hóspedes no concelho, para 44 638, sendo 38,3% estrangeiros.
Alojamento Local
Os proveitos de aposento subiram 8,8%, para 3,844 milhões de euros, concluindo a Câmara que o concelho não está a vender “muitos mais quartos”, mas a “vender muito melhor os quartos existentes”, admitindo ter havido uma “qualificação da oferta”.
A maior parte é na tipologia do Alojamento Local, tendo sido contabilizadas 733 camas neste tipo de registo, a 31 de dezembro de 2019. A Câmara admite que muitos possam não ser novos alojamentos, mas sim, legalizações anteriores.
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