//Imobiliário atrai quatro plataformas de crowdfunding

Imobiliário atrai quatro plataformas de crowdfunding

São cinco as plataformas de crowdfunding registadas na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Duas delas visam financiar projetos do setor imobiliário e mais duas em análise para também serem registadas.

A Raize foi a primeira a obter autorização do regulador dos mercados, em maio de 2018. Serve como intermediário de empréstimos entre investidores e empresas. A ClicInvest também atua na área do financiamento a empresas. Já a GoParity apoia projetos na área de sustentabilidade e eficiência energética.

Para financiar projetos imobiliários, estão registadas, para já, a Izilend e a Querido Investi. Ainda em processo de obtenção do registo junto da CMVM está a espanhola Housers e a portuguesa Seedimo.

Desde fevereiro de 2018 que as plataformas de financiamento colaborativo que envolvam empréstimos ou capital têm de se registar na CMVM. Estão excluídas as que funcionam por donativo, como a PPL; e a plataforma de crowdfunding do Novo Banco.

A crescer

Em Portugal, a PPL é uma plataforma que tornou mais conhecido o setor de financiamento colaborativo por ter sido a origem de fundos para a greve dos enfermeiros. O volume alcançado superou os 800 mil euros e gerou polémica e dúvidas sobre quem financiou a paralisação daqueles profissionais.

O mercado europeu de financiamento alternativo vale mais de 10 mil milhões de euros, segundo um estudo da Cambridge Centre for Alternative Finance, relativo a dados de 2017. Nesse ano, o setor cresceu 36%, registando-se 597 plataformas em toda a Europa. Em Portugal, o financiamento alternativo através da Internet duplicou, totalizando já 9 milhões de euros nesse ano.

Estes dados estão ultrapassados devido ao aparecimento de mais plataformas de financiamento alternativo por toda a Europa. Em Portugal, só a Raize tem disponíveis 50 milhões de euros em 2019 para financiar pequenas e médias empresas.

“A área de crowdfunding tem muito potencial. Está a ser muito utilizada nos Estados Unidos, no Reino Unido. Em Portugal, ainda pouco”, disse Luis Miguel Vieira, administrador executivo da Associação Fintech e InsurTech Portugal (AFIP).

Destacou o caso do setor imobiliário. “Em Espanha, há mais de 100 empresas de crowdfunding imobiliário. Em Portugal, há muito poucas. É estranho porque é um setor em explosão no país”.

Mais plataformas

Se a Housers e a Seedimo obtiverem o registo na CMVM, o imobiliário passa a representar mais de metade das plataformas autorizadas pelo regulador. Uma das plataformas que já está registada é a Querido Investi numa Casa!, que permite investimentos a partir dos 50 euros. A empresa angaria e gere financiamento colaborativo para a realização e gestão de investimentos imobiliários. A outra é a Izilend, plataforma de crowdfunding imobiliário de curto prazo. A empresa é detida pela FS Capital Partners e pela equipa de gestão. A plataforma também já entrou em Espanha.

A Housers aguarda o OK da CMVM. Quanto à Seedimo, fundada em 2018, já submeteu o pedido de registo à CMVM e encontra-se a aguardar a respectiva autorização para o início exercício da atividade”, garantiu Fernando Belezas, co-fundador da plataforma.

No financiamento de projetos imobiliários, existia a Portugal Crowd, que está sem atividade, tal como a Mutuall, que se “associou à Micre, está em testes, e em fase de credenciação”, segundo fonte oficial desta plataforma.

O investimento em campanhas de crowdfunding até cinco milhões de euros está aberto a empresas ou investidores particulares com rendimento anual igual ou superior a 70 mil euros. Os restantes investidores não poderão gastar mais do que 3 mil euros por oferta ou 10 mil euros por um período de 12 meses. Cada campanha de crowdfunding através de capital ou de empréstimo não poderá angariar mais de um milhão de euros.

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