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As perspetivas para o crescimento económico na Europa estão envoltas em incerteza devido a dúvidas sobre a eficácia dos apoios previstos no Fundo de Recuperação e também ao impacto do fim das moratórias no crédito.
Segundo a Sixty Degrees, uma gestora de fundos, “a aferição do potencial impacto sobre o crescimento económico proveniente do Fundo de Recuperação é desde logo dificultada pela incerteza relativa ao timing e natureza dos projetos em questão”.
“A prazo, subsistem dúvidas sobre o nível de crescimento económico que a Europa possa atingir tendo em conta a incerteza sobre a eficácia dos estímulos provenientes do Fundo de Recuperação e os potenciais efeitos estruturais nefastos do elevado nível de desemprego com que se depara”, destaca numa nota de análise com as suas perspetivas para o segundo semestre deste ano.
Frisa que “são muitas as dúvidas acerca do efeito multiplicador dos estímulos nos vários países, o qual depende da
qualidade dos projetos propostos e da capacidade dos governos em executá-los atempadamente”.
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Alerta que “o aumento substancial das contribuições para o orçamento da União Europeia e os incrementos de impostos que se esperam, também deverão reduzir os efeitos líquidos dos fundos recebidos”.
Para a Syxty Degrees, do lado das empresas, espera que, “evitando euforias e clientelismo, se apresentem projetos credíveis baseados em cenários realistas e com rentabilidade económica real, que evitem os erros de planos anteriores, como o Plano Juncker, que pouco contribuíram para a criação de riqueza face ao montante total investido”.
A gestora de fundos aponta que, em termos de perspetivas para os mercados, mantém “a preferência pelo investimento em ações e matérias-primas versus obrigações”.
“Tendo em conta o aumento esperado da volatilidade, mantém-se a postura de ‘correr para a saída’ ao menor alarme e de voltar ao mercado caso a correção não se manifeste”, afirma. Salienta que, “nesta fase, as ações mantêm o seu potencial de subida, em função da passagem da subida de preços dos inputs aos consumidores, que permite a continuação de margens saudáveis, e de continuarem a servir de refúgio face às yields negativas que se verificam numa larga parte do mercado de renda fixa”.
Em termos globais, nota que as três variáveis-chave são a evolução da epidemia, a inflação e as tensões geopolíticas.
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