Partilhareste artigo
A fase de candidaturas à função de “recenseador” nos Censos 2021 terminou no domingo passado, 21 de fevereiro, e o Instituto Nacional de Estatística (INE) diz ter recebido mais de 60 mil candidatos interessados para fazer esse trabalho.
Destes, serão selecionados 11 mil indivíduos que cumpriram as tarefas mediante um contrato de prestação de serviços, ou seja, a recibos verdes.
Os censos populacionais e da habitação são a maior operação estatística em Portugal e acontecem de dez em dez anos.
Fruto da grave crise que continua a afetar o país, a fase de candidaturas foi marcada por uma enorme vaga de interessados.
Subscrever newsletter
“O INE recebeu cerca de 60 mil candidaturas a nível nacional” e agora “a seleção de recenseadores será efetuada pelas autarquias locais durante o mês de março, sendo convocados para entrevistas de seleção apenas os candidatos que melhor se enquadram nos requisitos definidos”, diz o instituto em comunicado.
“Após a seleção, os recenseadores vão adquirir o conjunto de conhecimentos necessários ao desempenho das suas funções nos Censos 2021.”
Segundo o INE, “os Censos 2021 terão início no próximo mês de abril e serão realizados preferencialmente pela Internet”.
“A partir de 5 de abril, todos os alojamentos vão receber uma carta com a informação necessária para a resposta aos Censos 2021 pela Internet distribuídas pelos recenseadores.”
A mesma nota refere que, por causa da pandemia, o INE desenhou m Plano de Contingência para a realização dos Censos 2021 “de modo a prevenir riscos para a população, recenseadores e demais colaboradores, bem como garantir a qualidade da operação estatística”.
Assim, comparativamente a outros censos, o INE “reforça” a recolha de informação através da Internet, “com apoio à população através de uma linha telefónica”.
Além disso, o censo por telefone vai ser “dirigido essencialmente a grupos da população com maior dificuldade na resposta pela Internet ou impedidos de contacto presencial, nomeadamente por razões de saúde pública”.
Fonte oficial do INE explica, a título de exemplo, que “os dados dos Censos, sobre a população e a habitação são fundamentais para identificar o número de escolas, creches, lares de idosos que são necessários; onde se devem construir as vias de comunicação, os hospitais, etc.; como distribuir os fundos pelas câmaras municipais”.
O INE releva ainda a importância dos Censos “na definição de objetivos e prioridades para as políticas globais de desenvolvimento, no planeamento regional e local, nos estudos de mercado e sondagens de opinião, na investigação em ciências sociais”.
Este ano, tal como em 2011, os Censos subdividem-se em duas grandes operações estatísticas. “O XVI Recenseamento da População e o VI Recenseamento da Habitação”.
Um pouco de História
A primeira abordagem do tipo censitário (contagem da população) que é conhecida e relatada aconteceu há justamente 2021 anos.
Diz o INE que “o primeiro censo da população conhecido no território que hoje é Portugal foi realizado no ano zero, por ordem do Imperador César Augusto e dizia respeito à então província romana da Lusitânia”.
“Posteriormente, na Idade Média também os Árabes efetuaram vários recenseamentos durante a sua permanência na Península Ibérica.”
“Já após a fundação da nacionalidade foram realizadas várias contagens mais ou menos extensas tendo preocupações sobretudo de ordem militar. Estes numeramentos, contagens e até mesmo recenseamentos, por não serem exaustivos e/ou não se apoiarem em princípios estatísticos científicos credíveis, não podem ser considerados equivalentes à série de recenseamentos iniciada em 1864”, descreve o INE.
Neste último grupo, a operação mais antiga é o “Rol de Besteiros do Conto, de D. Afonso III (1260-1279)”.
O primeiro censo a sério
“O I Recenseamento Geral da população portuguesa, a reger-se pelas orientações internacionais do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853, realizou-se em 1864, marcando o início dos recenseamentos da época moderna.
Depois de algumas operações mais avultas, “desde 1890, os recenseamentos da população têm vindo a realizar-se, com algumas exceções, em intervalos regulares de 10 anos”.
“Após a criação do INE em 1935, os recenseamentos passaram a ser realizados por este Instituto, o primeiro dos quais em 1940.”
O instituto diz ainda que “em cada operação censitária, o INE introduz melhorias que têm permitido ganhos de eficiência na realização destas operações”.
Em 2001, introduziu-se a leitura ótica dos questionários e o tratamento automático de carateres e expressões.
“Em 2011, foram, pela primeira vez, georreferenciados os edifícios e foi possível responder, com grande sucesso, através da Internet.”
“A colaboração da população contribuiu para que Portugal seja um dos países que obtiveram elevadas taxas de resposta aos Censos pela Internet (50%).”
Melhores candidatos devem ter boa internet
Como jaa noticiado, o instituto procura pessoas com smartphone ou tablet com ligação à internet, bons conhecimentos da área geográfica para a qual se candidatam, com disponibilidade para trabalhar no fim-de-semana e a tempo parcial durante a semana, e preferencialmente com o 12º ano e transporte próprio.
Também exige ao candidato que esteja coletado nas Finanças como trabalhador independente ou com a possibilidade de recorrer ao ato isolado; estar inscrito na Segurança Social como trabalhador Independente ou estar Isento e não possuir dívidas às Finanças e à Segurança Social.
Deixe um comentário