//INEGI defende criação de novos parques eólicos para cumprir metas de Plano Nacional

INEGI defende criação de novos parques eólicos para cumprir metas de Plano Nacional

Portugal precisa de novos projetos e parques eólicos para cumprir as metas traçadas para 2030 no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), defende o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI).

Atualmente, o país tem em operação 5.896 MW (megawatt) de energia eólica, dos quais 25 MW ‘offshore’, ao passo que o PNEC “prevê a meta de 6.300 MW para 2025 e de 10.400 para 2030”, explicou, em declarações à Lusa, José Carlos Matos, diretor da área de energia eólica do INEGI, a propósito do Dia Mundial do Vento que hoje se assinala e da divulgação do relatório Parques Eólicos em Portugal referente a 2023, elaborado em parceria com a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).

“O crescimento da potência produzida tem-se verificado em projetos já existentes, com acréscimo de potência ou substituição de geradores velhos, mas, tal como em 2022, em 2023 não se verificou a instalação de novos parques eólicos. E é essencial que projetos novos surjam para cumprir as metas do PNEC. Precisamos de novos projetos e de acelerar. Sem eles não vamos conseguir as metas de 2030”, alertou o responsável.

Para José Carlos Matos, “não se trata apenas de energia verde, mas também de empregos, qualificados e bem remunerados”.

“Não devemos desprezar a capacidade que o setor tem para criar empregos”, sustentou.

De acordo com o relatório, a que a Lusa teve acesso, as metas do PNEC são “ambiciosas e exigentes, não só no que respeita ao desenvolvimento dos projetos, mas também no que se refere à participação da indústria nacional na cadeia de valor, assim como adequação da infraestrutura, que apenas serão atingidas face a regras publicadas pelo Estado Português que sejam suficientemente atrativas para que tais investimentos ocorram”.

O documento assinala que 2023 “confirma a tendência de retoma no crescimento de capacidade geradora, após um período de alguma estagnação, tendo-se instalado cerca do dobro do ano anterior, 166 MW”.

“Salienta-se que grande parte desta nova capacidade instalada se refere a projetos de sobreequipamento [aumento de potência] e um caso de reequipamento. Não se verificou a instalação de novos parques eólicos, tal como em 2022”, acrescenta o relatório.

Os projetos em curso, “que deverão ficar concluídos em 2024, acrescentam mais 75 MW à capacidade já instalada”.

Viseu é o distrito com maior potência eólica (1249,1 MW), seguido de Coimbra (599 MW) e Vila Real (589 MW).

“Quando comparado com outros países da Europa, Portugal é o 10.º com maior potência eólica. Encabeça esta lista a Alemanha, com 69,7 GW”, assinala o documento.

Em todo o país, estão instalados 2.862 aerogeradores instalados em todo o país e “a energia eólica equivale a mais de um quarto da eletricidade consumida em Portugal”, sendo que o INEGI “participa em 80% da capacidade instalada”.

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