//Inflação arrasa salários de médicos, professores e empregados de escritório no 2º trimestre

Inflação arrasa salários de médicos, professores e empregados de escritório no 2º trimestre

A inflação quando nasce é para todos e os novos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), ontem divulgados, mostram que é mesmo assim. Mas há nuances, claro. Há quem esteja a perder mais com uma inflação elevadíssima (8%, em média, no segundo trimestre de 2022).

Por exemplo, o poder de compra salarial de grupos profissionais onde se incluem médicos, professores, empregados de escritório e trabalhadores não qualificados (do privado ou do público) sofreu uma autêntica razia no período de abril a junho, mostram cálculos do Dinheiro Vivo (DV) a partir das estatísticas oficiais agora atualizadas.

Outros grupos profissionais parecem estar, até agora, mais resguardados face à escalada dos preços. É o caso dos políticos, dirigentes e gestores de topo (privado e público), do pessoal da construção e da agricultura, indicam as mesmas contas a partir dos números do novo inquérito ao emprego.

Os salários médios líquidos de todas as profissões (classificação do INE) aumentaram no segundo trimestre face a igual período de 2021.

Mas, como referido, muitos milhares já estão a perder bastante capacidade aquisitiva porque o custo do cabaz de compras (que serve para calcular a inflação no consumidor) subiu muito mais.

Sendo certo que os salários mais elevados sentem menos a corrosão da inflação, pois nestes grupos de maior rendimento estão trabalhadores que dedicam uma menor proporção do ordenado à compra dos bens mais afetados pelo clima inflacionista (combustíveis, energia, alimentação), é na mesma evidente que o embate da inflação chegou com toda a força para milhões de empregados por conta de outrem.