Partilhareste artigo
O primeiro-ministro apontou, nesta sexta-feira, os sinais de desaceleração da inflação, embora se espere que continue a subir, e frisou que o Governo está a devolver em apoios as receitas adicionais que angariou no plano fiscal.
Relacionados
António Costa assumiu estas posições em reação às previsões do Banco de Portugal, que melhorou ligeiramente as estimativas de crescimento do PIB para 6,8% este ano, mas piorou as de 2023 para 1,5%, e está mais pessimista quanto à inflação, prevendo 8,1% este ano e 5,8% em 2023.
“As previsões do Banco de Portugal têm boas notícias e outras que nos devem suscitar atenção. Boas notícias é que se prevê um crescimento, quer para este ano, quer para o próximo, que superam as melhores expectativas do Governo. Mas, por outro lado, tal como o Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a rever as suas expectativas sobre a inflação, infelizmente, aponta-se que seja um fenómeno mais prolongado do que inicialmente se esperava”, declarou o líder do executivo.
De qualquer forma, de acordo com António Costa, agora “já se prevê uma desaceleração da inflação no próximo ano, apesar de continuar a subir”.
Interrogado se o Governo pode ir mais longe nos apoios às famílias e às empresas, o líder do executivo defendeu que “todo o conjunto de apoios extraordinários que têm sido dados às famílias e às empresas excedem em muito o aumento da receita do IVA”.
Subscrever newsletter
“As pessoas podem dizer que o défice este ano vai ser mais baixo do que o previsto, eu respondo ainda bem. Mas é um défice mais baixo em resultado, essencialmente, de um maior crescimento da economia., Felizmente a realidade tem-nos surpreendido pela positiva e hoje o Banco de Portugal faz uma nova previsão de um crescimento ainda mais forte e robusto do que nós próprios tínhamos previsto recentemente”, sustentou.
Perante os jornalistas, António Costa defendeu a tese de que quem faz os orçamentos tem de estar preparado para o melhor e o pior em termos de cenários macroeconómicos.
“Se nós conseguimos adotar um conjunto de medidas extraordinárias, foi precisamente por termos criado a margem para que isso pudesse acontecer. Se tivéssemos gastado tudo no dia 25 de fevereiro, quando a guerra na Ucrânia começou, hoje não teríamos capacidade para apoiar com 240 euros um milhão de famílias mais vulneráveis do país”, alegou.
Segundo o primeiro-ministro, ao longo de 2022, o Governo “geriu com prudência, os empresários encontraram novos mercados, os postos de trabalho mantiveram-se e a economia, para surpresa de muitos, resistiu melhor”.
“Pela primeira vez, este ano, o volume de exportações ultrapassou os 50% do PIB. Um valor extraordinário”, realçou.
A seguir, António Costa deixou uma advertência: “Vivemos numa época de grande incerteza e, portanto, as coisas podem não correr de feição e temos de possuir a capacidade de responder”.
“Temos consciência das dificuldades, das angústias e da ansiedade em relação ao futuro. Por isso, o Banco de Portugal prevê para 2023 um ritmo inferior de crescimento. Temos de continuar a dar todo o apoio possível no momento presente, mas sem comprometer o futuro”, acrescentou.
Deixe um comentário