A vice-diretora do FMI, Gita Gopinath, assinalou que a inflação está a demorar muito tempo a baixar.
Na abertura do Fórum anual do Banco Central Europeu, que este ano se realiza em Sintra, os responsáveis pelos principais bancos centrais, economistas e políticos de todo o mundo ouviram os avisos da responsável do Fundo Monetário Internacional.
A especialista classificou como “verdade incómoda” de que a inflação “está a demorar muito a regressar o objetivo”.
“Isto significa que os bancos centrais, incluindo o BCE, devem continuar empenhados em combater a inflação, apesar dos riscos de um crescimento mais fraco”, defendeu.
Gita Gopinath alertou também que “o stress financeiro pode gerar tensões entre os preços dos bancos centrais e os objetivos de estabilidade financeira”.
“A partir de agora, os bancos centrais deverão encontrar mais riscos
ascendentes de inflação, do que antes da pandemia. Devem ser refinadas as
estratégias de política monetária e o uso de ferramentas como quantative
easing”, referiu, ainda.
O quantative easing é uma ferramenta usada pelos bancos centrais para ajudar as economias em alturas de crise, através da produção de grandes volumes de dinheiro eletrónico.
No entanto, deve ser utilizada com ponderação, segundo a vice-diretora do FMI.
Gita Gopinath admite que os bancos centrais deverão continuar a enfrentar subidas de inflação e que terão de responder de acordo, mesmo que isso limite o crescimento das economias.
O encontro anual do BCE decorre até quarta feira na Penha Longa, em Sintra.
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