Foram 1.443 as ações de insolvências registadas entre janeiro e março, mais 149 do que o ano passado. Comércio a retalho e indústria transformadora são os sectores que mais crescem
Apesar de um decréscimo de no mês de março – explicado, em parte, pela suspensão dos prazos estabelecida no âmbito da situação de emergência em Portugal , as insolvências em Portugal cresceram 11,5% no acumulado do primeiro trimestre, num total de 1.443 casos. São mais 149 do que em igual período de 2019. Por sectores, a indústria transformadora e o comércio a retalho registaram um aumento de 9,7% e de 20,%, respetivamente.
Os dados são da Iberinforma e mostram que, até ao final de março, houve um aumento de 5,1% nas declarações de insolvências requeridas (por credores), mas que foi substancialmente maior nas apresentações à insolvência pelas próprias empresas, que cresceram 31% para um total de 359 casos. Os encerramentos com plano de insolvência aumentaram 54,5% face ao ano passado evoluindo de 11 para 17.
Lisboa e o Porto são os distritos que apresentam os valores mais altos, destaca a Iberinforma em comunicado. Em causa estão 294 insolvências em Lisboa e 357 no Porto, um aumento de, respetivamente, 7,7% e 7,9%.
Angra do Heroísmo (mais 150%), Portalegre (100%), Castelo Branco (80%), Bragança (66,7%) e Faro (38,8%) foram os distritos com maiores crescimentos percentuais. Do lado oposto, com os maiores decréscimos, estão os distritos da Horta (menos 50%), Coimbra (33,3%), Setúbal (14,9%), Beja (11,1%), Guarda (11,1%) e Vila Real (11,1%).
Por sectores, e numa análise mais fina, a Iberinforma conclui que os maiores aumentos nas falências ocorreram nos serviços de eletricidade, gás e água (mais 200%), indústria extrativa (100%), agricultura, caça e pesca (63,2%) e na hotelaria e restauração (23,2%). A indústria transformadora cresceu 9,7%, mas representa 23% de todos os casos de insolvência em Portugal. O comércio a retalho e o comércio por grosso cresceram, respetivamente, 20,1% e 14% e pesam 14 e 12% cada um. Já a construção, que representa 13% de todas as falências em Portugal, registou uma descida de 11% nos casos comparativamente a igual período do ano passado.
A empresa, filial em Portugal da espanhola Crédito y Caución, fez, ainda, a análise às constituições de novas empresas, concluindo que, em março, nasceram menos 2.138 sociedades face a igual mês de 2019, um decréscimo de 48%. No acumulado do trimestre, a houve menos 4.118 novas sociedades do que o ano passado.
Lisboa lidera as novas constituições, com 3.925 empresas, apesar de um decréscimo de 22,3%, que é mais significativo, ainda, no Porto, que cai 25,9% e tem 2.154 novas sociedades. O decréscimo é extensivo a todos o território nacional, sendo mais significativo nos distritos de Évora (- 42,9%), Aveiro (- 40,6%), Angra do Heroísmo (- 38%), Leiria (- 35,9%) e Bragança (- 34,1%).
Em termos de sectores, e excluindo a eletricidade, gás e água em que o número de constituições aumentou 18,5%, todos os restantes registam decréscimos. A indústria extrativa (- 76,5%), a indústria transformadora (- 33,7%), o comércio por grosso (- 31,3%), a construção e obras públicas (- 30,4%) e o comércio a retalho (- 28,6%) são os mais significativos.
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