
A pandemia vai ter um impacto brutal no investimento empresarial, que em vez de crescer deverá mesmo diminuir, segundo as previsões do Instituto Nacional de Estatística para este ano.
Segundo as intenções manifestadas no Inquérito de Conjuntura ao Investimento de abril de 2020 (entre 1 de abril e 25 de junho de 2020), o investimento empresarial em termos nominais deverá diminuir 8,9% em 2020. Esta percentagem compara com um “crescimento nominal de 4,3% do investimento em 2019″, lembra o INE. No inquérito anterior, os empresários esperavam para este ano uma subida de 3,6% mas, com a pandemia, as intenções mudaram.
A justificar esta quebra abrupta está “o impacto da pandemia Covid-19 na atividade económica e nas expectativas das empresas”. Cerca de dois terços dos setores antecipam uma redução no investimento e o principal fator é a deterioração das perspetivas de venda, seguindo-se, em 2019, a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos e em 2020 outros fatores limitativos.
As empresas mais pessimistas têm um menor número de pessoal ao serviço. Só as empresas do quarto escalão, com 500 trabalhadores ou mais, mantiveram uma perspetiva de crescimento do investimento na ordem dos 7,8%. As restantes deram contributos negativos, sobretudo as do primeiro escalão (menos de 50 trabalhadores), que antecipam uma quebra de 29,5% nos planos de investimento.
“Oito das 13 secções apresentam taxas de variação negativas da Formação Bruta de Capital Fixo empresarial. Destacaram-se com contributos negativos mais acentuados as Indústrias Transformadoras (contributo de -6,0 pontos percentuais e variação de -21,5%) e o Comércio por Grosso e a Retalho; Reparação de Veículos Automóveis e Motociclos (contributo de -3,0 p.p. e variação de -18,2%)”, refere o INE.
“Em sentido inverso, as secções de Transportes e Armazenagem e de Atividades Financeiras e de Seguros registam os contributos positivos mais significativos para a variação do investimento total em 2020 (+3,1 p.p. e +0,7 p.p., respetivamente), correspondentes a taxas de crescimento de 39,6% e 9,8%, pela mesma ordem”, conclui.
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