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O investimento direto brasileiro em Portugal aumentou 233,8% no primeiro semestre, para 127,2 milhões de euros, face ao período homólogo, muito acima do investimento português naquele país, segundo dados cedidos pela AICEP à Lusa.
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De acordo com a informação enviada pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com base em dados do Banco de Portugal (BdP), o investimento direto do Brasil em Portugal passou de -95,1 milhões de euros entre janeiro e junho de 2021 para 127,2 milhões de euros no mesmo período deste ano.
Por outro lado, apesar de também ter registado um crescimento de 125,1% nos primeiros seis meses do ano, o investimento direto português no Brasil ficou bastante aquém daquele valor.
Neste período, o investimento direto naquele país fixou-se em 5,9 milhões de euros, o que compara com os -23,4 milhões de euros.
Olhando para a totalidade do ano, em 2021 o investimento direto do Brasil em Portugal ascendia a 88,3 milhões de euros, depois de ter caído para -767,7 milhões de euros em 2020 e que compara com os 394,5 milhões de euros alcançados em 2019.
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Já o investimento português no Brasil cifrava-se em 2021 em 12,3 milhões de euros, acima dos -105,1 milhões de euros em 2020 e dos 248,1 milhões de euros de 2019.
Apenas em 2017 este valor tinha sido positivo, ao fixar-se em 126,3 milhões de euros.
Trocas comerciais
As exportações portuguesas de bens e serviços para o Brasil subiram 211,2% entre janeiro e julho face ao período homólogo, para 1055,3 milhões de euros, ajudadas sobretudo pelas exportações de serviços, segundo dados cedidos pela AICEP à Lusa, com base em informação do Banco de Portugal.
Já as importações cifraram-se em 2.985,7 milhões de euros, um aumento de 94,9%.
Deste modo, o saldo da balança comercial de bens e serviços de Portugal com o Brasil foi de -1.930,4 milhões de euros, o que compara com os -1.192,8 milhões de euros registados em igual período de 2021.
Segundo a informação cedida pela AICEP, com base em dados do Instituo Nacional de Estatística (INE), as exportações portuguesas apenas de bens para o Brasil aumentaram para 489,9 milhões de euros entre janeiro e julho deste ano, uma subida de 17,7% face aos 416,2 milhões de euros registados em igual período de 2021.
Já as importações de bens subiram 98,3% nos primeiros sete meses deste ano, cifrando-se em 2901,6 milhões de euros, acima dos 1463,1 milhões de euros do período homólogo.
Deste modo, o saldo da balança comercial de bens de Portugal com o Brasil atingiu -2.901,6 milhões de euros nos primeiros sete meses do ano, o que compara com os -1.046,9 milhões de euros no período homólogo.
Entre janeiro e julho, o Brasil manteve-se como o 13.º cliente das exportações de bens portugueses, com uma quota de 1,06%, sendo o 7.º fornecedor de Portugal, com uma quota de 4,66%.
Os dados cedidos pela AICEP indicam ainda que, durante o período de referência, o Brasil contribuiu em 0,20 pontos percentuais (pp.) para o crescimento das exportações globais de Portugal.
A liderar as exportações portuguesas para o Brasil estão os produtos agrícolas, tendo registado um aumento de 18,3% face ao período homólogo para 208,3 milhões de euros e representando 42,5% dos produtos exportados para este país.
Seguem-se veículos e outros materiais de transporte (66,5 milhões de euros), os produtos alimentares (45,8 milhões de euros), as máquinas e aparelhos (43,7 milhões de euros) e combustíveis minerais (22,7 milhões de euros).
Do Brasil, Portugal importou 1.730,7 milhões de euros em combustíveis minerais, um crescimento de 82,5% face ao período homólogo, representando 59,6% do total de importações deste país.
Seguiram-se os produtos agrícolas (579,8 milhões de euros), os metais comuns (220,4 milhões de euros), a madeira e cortiça (129,1 milhões de euros) e veículos e outro material de transporte (77,4 milhões de euros).
No final de 2021, as exportações portuguesas tinham atingido 707,1 milhões de euros, enquanto as importações 2.548,8 milhões de euros, com o saldo da balança comercial a registar um défice de 1.841,8 milhões de euros.
Olhando para a variação entre 2017 e 2021, as exportações portuguesas de bens para este país caíram 6,8%, enquanto as importações aumentaram 24,9%.
O número de empresas portuguesas exportadoras para o Brasil tem-se mantido relativamente estável desde 2017, com um crescimento mais acentuado em 2019.
Em 2017 existiam 1.532 exportadoras para o Brasil, tendo subido para 1.621 em 2019, caído para 1.520 em 2020 e para 1.518 em 2021.
Já as exportações portuguesas de serviços para o Brasil aumentaram 362,9% entre janeiro e julho face ao período homólogo, representando 815,8 milhões de euros, segundo dados do BdP.
De acordo com a mesma fonte de informação, as importações de serviços aumentaram 90,6% para 587,8 milhões de euros, cifrando-se assim a balança comercial em 228 milhões de euros, o que compara com os -132,3 milhões de euros do período homólogo.
Neste período, a quota do Brasil no comércio internacional português de serviços era de 3,47% enquanto cliente e de 4,73% enquanto fornecedor.
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