O investimento direto estrangeiro (IDE) caiu 20% para 572 mil milhões de dólares (515,9 mil milhões de euros) nos primeiros seis meses de 2019, por comparação com os seis meses imediatamente anteriores, indicam dados divulgados pela OCDE esta segunda-feira.
O comportamento deste indicador reflete, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a incerteza associada ao escalar das tensões comerciais e aos sinais de abrandamento da economia global
Uma análise do contributo trimestral indica que o travão no investimento direto estrangeiro foi sobretudo sentido no segundo trimestre, em que se registou uma queda de 42%, quando no primeiro a diminuição tinha sido de 5%.
A reforma fiscal introduzida por Donald Trump em 2017, por seu lado, teve uma influência significativa os fluxos de IDE em 2018, pelo facto de ter incentivado o repatriamento de muitos capitais norte-americanos, mas o seu efeito reduziu-se em 2019.
A informação da OCDE assinala ainda que nos primeiros seis meses deste ano os fluxos de IDE da China para os Estados Unidos caíram para menos de 1,2 mil milhões de dólares (1,08 mil milhões de euros), bem longe do “pico” de 16 mil milhões de dólares (14,4 mil milhões de euros) observado em 2016 e que mostra que as “empresas chinesas estão a investir menos e a desfazerem-se” de investimentos nos EUA.
Do lado das entradas de IDE, a mesma informação indica que estas diminuíram 43% no conjunto dos países da OCDE, no primeiro semestre de 2019 face ao último semestre de 2018, mas em Portugal a tendência foi inversa, registando-se um aumento de 37%.
Na OCDE, as entradas de investimento direto estrangeiro (IDE) caíram para 303,7 mil milhões de dólares (273,9 mil milhões de euros) nos primeiros seis meses deste ano, depois de no último semestre de 2018 terem somado 536 mil milhões de dólares (483,5 mil milhões de euros).
Em Portugal, depois da queda de 7% registada em 2018, as entradas de IDE totalizaram 3,9 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) entre janeiro e junho deste ano, contra 2,9 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros) no semestre imediatamente anterior.
Na Holanda, nos Estados Unidos e no Reino Unido este indicador registou uma redução de mais de 25 mil milhões de dólares (22,5 mil milhões de euros) em cada um destes países.
Do lado das saídas e tendo por referência o conjunto dos países que integram a OCDE, a mesma informação dá conta de uma subida de 2%, com a Alemanha, a Holanda e o Japão a registarem os maiores aumentos face ao último semestre de 2018.
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