A despesa total em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal atingiu um novo máximo histórico de 2.987 milhões de euros em 2019, representando 1,41% do PIB, revela o Governo em comunicado. O valor representa um aumento de 8% face ao valor registado em 2018 e um crescimento de 34% desde 2015 (um total de 752 milhões de euros), quando representava cerca 1,2% do PIB.
Em declarações à Renascença, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior afirma que os números anunciados “mostram claramente um processo de maior investimento no conhecimento e no emprego qualificado e traçam um trajeto particularmente importante no processo de convergência europeia, naquele que é o nosso desígnio de chegar, juntamente com toda a Europa, a 2030 com 3% do PIB investido em I&D”.
“É um percurso, um trajeto, mas os dados mostram que desde 2015 a evolução de Portugal foi particularmente positiva”, considera Manuel Heitor.
Segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira pelo ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o crescimento da despesa em I&D foi “particularmente expressivo no setor das empresas”, tendo crescido 10% em 2019 (ou seja, 144,4 milhões de euros) e cerca de 51% desde 2015 (quando era de 1.037 milhões de euros em 2015).
“Os dados reforçam a tendência de crescimento verificada desde 2016, confirmando o processo de convergência com a Europa”, escreve o Governo, num comunicado enviado às redações.
O ministro realça ainda o ” aumento significativo do esforço das empresas no reforço do emprego qualificado”.
“Hoje estão registados mais de 50 mil investigadores, 20 mil dos quais nas empresas. Comparado com 2015, há um aumento de 64% no número de investigadores, e de empregos qualificados nas empresas, que aumentam 15% entre 2018 e 2019”, diz à Renascença.
Manuel Heitor acrescenta que “para além do volume, os números mostram também um aumento importante no número de empresas que em 2019 reportaram aos dados oficiais investimento em I&D. Foram mais de 3700 empresas. Há 10 anos não chegavam a 2 mil empresas”.
Ministro tem uma “certeza”: é com investimento na ciência que iremos recuperar da crise
Questionado se a pandemia irá atrasar o processo de desenvolvimento desta área em Portugal, Manuel Heitor assume que “2020 é um ano de grandes incertezas”, mas diz ter uma certeza: “é investindo em mais conhecimento que podemos garantir a resiliência e o desenvolvimento sustentável da Europa e de Portugal”.
“Portugal está mais bem preparado do que estava para a crise”, considera o ministro.
“Face ao plano de recuperação económica que Portugal e a Europa estão a preparar, é certamente com mais investimento na relação entre a ciência e as empresas, a relação entre o público e o privado, com atividades de I&D orientadas sobretudo para o desenvolvimento de novos produtos e sistemas que iremos conseguir recuperar esta fase”, afirma o governante.
Manuel Heitor diz ter “confiança de que é nesta linha que devemos seguir a trajetória para os próximos anos, quaisquer que venham a ser os resultados no final de 2020”.
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