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A Infraestruturas de Portugal afirmou esta quinta-feira que prevê acabar com a ligação ferroviária entre Coimbra-B e Coimbra-A, no centro da cidade, no início de 2024, no âmbito da implementação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM).
Caso o calendário previsto seja cumprido, a Estação Nova (Coimbra-A), cuja ligação ferroviária é defendida numa petição pública lançada por um movimento em sua defesa, deverá deixar de funcionar no início de 2024, disse à agência Lusa fonte da Infraestruturas de Portugal (IP).
A mesma fonte informou que estima que a empreitada da linha do SMM entre a Portagem e Coimbra-B seja consignada entre julho e setembro do presente ano e que a primeira fase de requalificação daquela estação esteja concluída também no início de 2024.
A segunda fase de requalificação da estação de Coimbra-B (no âmbito do projeto de Alta Velocidade) deverá avançar “imediatamente após a conclusão da primeira fase”, estando já assegurado financiamento para toda a empreitada daquela infraestrutura, frisou a IP.
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Questionada sobre a petição pública que defende a manutenção da ligação ferroviária à Estação Nova, a sociedade Metro Mondego salientou que a discussão de alternativas “radicalmente diferentes” das projetadas é “extemporânea”, ainda para mais tendo o SMM sido concebido desde o seu início partindo do pressuposto que integraria o canal entre Coimbra-A e Coimbra-B.
A hipótese de se manter a ligação ferroviária “iria atrasar de forma expressiva a data de entrada em serviço do SMM”, sublinhou a Metro Mondego, posição corroborada pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC) e pelo Ministério das Infraestruturas.
Segundo a Metro Mondego, qualquer alteração relevante levaria a um adiamento do serviço de “pelo menos por mais três anos”.
A sociedade salienta ainda que, com o início da operação do SMM, também irá entrar em funcionamento um sistema de bilhética e tarifário intermodal comum a todos os operadores, por forma a garantir “um impacto nulo nos custos financeiros suportados pelos clientes”.
Questionada sobre as diferenças de capacidade entre um ‘metrobus’ e um comboio em Coimbra-B, a Metro Mondego realça que a solução terá uma capacidade de 1.500 passageiros por hora, enquanto a procura máxima de momento em Coimbra-B é na ordem dos 850 passageiros por hora.
A sociedade explica ainda que, aquando da interrupção da ligação ferroviária, devido às obras, “será colocado em operação um serviço rodoviário alternativo”.
A vereadora da CMC com a pasta dos transportes, Ana Bastos, realçou que o município demonstrou no passado preocupação “sobre a qualidade do ‘layout’ a conferir à estação de Coimbra-B, na medida em que importa salvaguardar que o transbordo entre serviços possa ser efetuado de forma direta, atrativa, segura e confortável”.
“Essa análise está ainda em desenvolvimento, no âmbito do estudo de requalificação da estação de Coimbra-B, associada ao projeto da Alta Velocidade”, acrescentou.
Ana Bastos realçou ainda que, na primeira fase de requalificação de Coimbra-B, está incluída a preparação da estação “para acomodar, com qualidade e conforto, os movimentos de transbordo entre os serviços suburbano e regional para o metrobus”, assim como a construção do edifício sede da Metro Mondego, que inclui espaços de espera e apoio aos utilizadores.
Sobre o destino a dar a Coimbra-A, a vereadora refere que ainda está em discussão uma possível transferência do edificado para o município, não estando ainda assumida qual a utilização a dar àquele edifício centenário, “não sendo de descartar um uso ligado ao setor da cultura e/ou turismo”.
Ana Bastos esclarece ainda que tem sido possível “mitigar algumas debilidades identificadas ao projeto”, mas vincou que introduzir novas alterações substanciais, como o caso da manutenção da ligação ferroviária, “seria pôr em causa a concretização do projeto nos prazos previsíveis, com sérios riscos de perda de financiamento europeu”, ainda para mais numa fase com empreitadas já adjudicadas.
Confrontado pela Lusa sobre as questões levantadas pela petição pública, o Ministério das Infraestruturas salientou que, “dadas as circunstâncias e o historial do processo”, a atual solução parece ser “a que traz o maior benefício para o maior número de pessoas no mais curto prazo possível”.
“A estação Coimbra-B passará a ser a grande interface de transportes da cidade, sendo inclusive servida pela futura Alta Velocidade Ferroviária”, realçou.
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