//IRC mínimo de 15% para multinacionais dava 100 milhões a Portugal

IRC mínimo de 15% para multinacionais dava 100 milhões a Portugal

A concretizar-se, será uma das maiores revoluções do sistema tributário mundial, tornando mais difícil às multinacionais fugirem ao pagamento dos impostos nos países onde obtêm os lucros. Ontem, na reunião dos sete países mais ricos do mundo – o G7 -, em Londres, os ministros das Finanças conseguiram alcançar o compromisso para uma taxa mínima de IRC de 15%.

Este é apenas um primeiro passo para que as empresas paguem uma taxa mínima de imposto nos países onde obtêm a receita, e não onde têm a sede fiscal. E pode afetar as gigantes tecnológicas, como a Amazon, a Google, o Facebook ou a Apple, que escolheram países com tributação mais vantajosa, como a Irlanda (onde a taxa é de 12,5%), para as suas residências fiscais.

O mecanismo funciona através dos direitos de tributação nos países onde as multinacionais operam, ou seja, onde obtêm os lucros com a venda de bens e serviços. O imposto incidiria sobre 20% da receita, acima da margem de 10% dos resultados. Uma forma “justa” de tributar os lucros das empresas mais rentáveis do planeta, pagando “os impostos corretos nos locais certos”, afirmou o ministro britânico das Finanças, Rishi Sunak, o anfitrião do encontro de ontem em Londres.

Este compromisso entre os Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Canadá e Japão é apenas o primeiro passo para obrigar as multinacionais a pagarem os impostos dos lucros nos territórios onde os obtêm, mas envia um forte sinal para a reunião do G20 agendada para os dias 9 e 10 de julho, em Veneza, Itália, onde estarão os ministros das Finanças e os governadores dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia. À mesa vão estar os representantes da China, da Coreia do Sul ou da Índia e outras potências emergentes.

Acordo “histórico”

Os adjetivos não faltaram para classificar o acordo de ontem no G7, e o mais entusiasmado terá sido o do ministro britânico, que considerou tratar-se de uma “reforma tributária sísmica”, no sentido de criar um sistema “adaptado ao século XXI”.