O Banco de Portugal está a acompanhar a situação em torno do arresto de contas e ativos de Isabel dos Santos em Angola e as suas implicações para o EuroBic, banco onde filha do ex-presidente angolano tem uma posição acionista de 42,5%.
Em resposta a questões do Dinheiro Vivo, o supervisor bancário frisou que “o Banco de Portugal considera todos os factos novos que possam ser relevantes para efeitos de avaliação/reavaliação da adequação de quaisquer pessoas que exerçam funções de administração/fiscalização ou sejam acionistas de instituições por si supervisionadas”.
“Para esse efeito o Banco de Portugal interage e troca informação, nos limites do quadro normativo aplicável, com todas as entidades e autoridades, nacionais e internacionais, de forma a poder consubstanciar factos que possam ser relevantes no contexto desse juízo”, adiantou.
Frisou que Isabel dos Santos “é acionista do EuroBic, não tendo qualquer outra participação social em qualquer outra instituição financeira supervisionada pelo Banco de Portugal”.
Salientou ainda que a empresária “não integra o Conselho de Administração de nenhuma entidade sujeita à supervisão do Banco de Portugal”.
O EuroBic tem como presidente executivo, desde 2016, Fernando Teixeira dos Santos, ex-ministro das Finanças do Governo de José Sócrates.
O arresto de contas bancárias e participações de Isabel dos Santos em Angola surgiu por decisão judicial, no âmbito de um processo que envolve suspeitas de que a filha de José Eduardo dos Santos alegadamente lesou o país em mais de mil milhões de euros.
A filha do ex-presidente de Angola tem negado, através das redes sociais, comunicados e entrevistas, as acusações de que é alvo.
Além do Banco de Portugal, também a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários está atenta ao desenrolar da situação.
Em Portugal, além de ser a maior acionista do EuroBic, Isabel dos Santos divide com a Sonae o controlo da NOS, através da Zopt, e detém 75% da Efacec. A empresária é ainda acionista indireta da Galp Energia, através dos 40% que detém na holding Esperaza, que controla 45% da Amorim Energia, que por sua vez é dona de 33,3% da Galp. Os restantes 60% da Esperaza são detidos pela petrolífera estatal angolana Sonangol.
Tanto a Galp como a NOS são empresas cotadas na Euronext Lisbon e alvo de supervisão da CMVM.
Atualizada às 17H59 com mais informação
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