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Foi apresentado esta segunda-feira pelo Governo o Programa Avançar, a iniciativa que pretende apostar na retenção e valorização do talento nacional, designadamente incentivando à contratação sem termo de 25 mil jovens qualificados. Foram ainda anunciados apoios financeiros de 8,6 a 12,4 mil euros às empresas e descontos de 50% das contribuições para a Segurança Social.
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O objetivo é incentivar à contratação qualificada, sem termo e com salários base de valor igual ou superior a 1330 euros, contribuindo para criar condições para que os jovens se fixem em Portugal e combatendo o êxodo de talento.
Aos jovens contratados – com até 35 anos, qualificação de nível superior e inscritos como desempregados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) -, será ainda paga, pela primeira vez, uma bolsa de 150 euros mensais paga pelo instituto durante o primeiro ano do contrato de trabalho apoiado.
O lançamento oficial do Avançar, ficou ainda marcado pela presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, que afirmou que sujeitar os jovens à precariedade “é matar-lhes a esperança de vida, a hipótese de autonomia, a decisão de ter filhos ou de ter capacidade para arrendar uma casa”.
“Este é um programa de abanão”, afiança a ministra, reforçando a necessidade de “intransigência total” contra a precariedade “não justificada” e os estágios não remunerados, que são meio caminho andado para “condenar os jovens”.
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Contrariar a precariedade
No lançamento do Avançar, em Lisboa, foi ainda apresentado por Paulo Marques, professor do ISCTE-IUL, o estudo “Retrato do Emprego Jovem em Portugal”, que concluiu que a percentagem de pessoas com ensino superior com contratos a termo reduziu 11% (40% em 2010 e 29% atualmente), embora ainda estejamos distantes da média da União Europeia (UE), de 17%.
Neste sentido, a ministra do Trabalho sublinhou a importância de promover os contratos sem termo e também melhores salários.
“Desde 2015, os salários médios dos jovens aumentaram 44%, o que se traduz, em média, em 1070 euros mensais. Comparativamente a outros países da Europa, isto não convence nenhum jovem a ficar”, assevera Ana Mendes Godinho.
De referir que, em maio deste ano, estavam desempregados em Portugal 70 500 jovens, o que corresponde a uma taxa de desemprego jovem de 18,6%.
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